José Henrique Marques –
Encerrada a sessão de ontem (01), já candidata a ir aos anais da história política douradense com uma das mais vexatórias, o presidente da Câmara, vereador Laudir Munaretto (MDB) perdeu absolutamente a compostura e de dedo em riste desacatou vereadores e funcionários da Procuradoria Jurídica e da Secretaria da Casa.
Áudios e vídeo que circulam em aplicativo de mensagens documentaram a descomunal descompostura que podem ser objeto para denunciar (por qualquer cidadão ultrajado) Munaretto por quebra de decoro parlamentar e custar-lhe, inclusive, o mandato.
“Isso é uma palhaçada, vocês não me respeitam” bradou Munaretto, como se o cargo transitório que ocupa lhe desse poderes absolutos. Estava possuído porque o parecer da PJ ao Projeto de Lei 147/2021 contrariava os interesses do prefeito Alan Guedes (PP) a quem o presidente da Câmara é serviçal.
O PL 147/2021 autoriza a Prefeitura a contrair empréstimo de 40 milhões de dólares, algo em torno de 208 milhões de reais, no câmbio atual, para que a Prefeitura invista em obras na cidade, inclusive em usina de lixo reciclável, já prevista na Lei da Taxa de Lixo aprovada recentemente.
Chama a atenção a pressa de Laudir Munaretto e Alan Guedes em aprovar o dito PL, que endividará o município de Dourados. Não houve debate com a sociedade, com vereadores e ainda tentam aprova-lo a toque de caixa na Câmara.
Com raras exceções, Alan Guedes telefonou para vereadores pedindo voto favorável ao projeto.
Há entre vereadores a desconfiança de que o “piti” de Munaretto tenha sido mero teatro. Ele, Alan Guedes e a líder do prefeito, Daniella Hall (PSD) teriam conhecimento do parecer contrário, mas queriam comprometer a instituição, a Câmara Municipal num projeto, que a bem da ética é natimorto.
O PL 147/2021 dificilmente entrará na sessão desta tarde (02) – antecipada por causa do feriado de 7 de Setembro, já que está sob análise do vereador Rogério Yuri (PSDB).
Porém, Laudir Munaretto e Alan Guedes podem manobrar e tentar aprovar um projeto substitutivo no afogadilho.
