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Psicanálise e a Falácia da Criminalização como Solução para os Problemas Sociais: Mergulho no Inconsciente Coletivo

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Dr. Reinaldo de Mattos Corrêa (*) –

A criminalização como solução para problemas sociais é uma falácia que revela a incompreensão da psique humana e das dinâmicas sociais em jogo.

A Psicanálise, com o olhar atento ao inconsciente, oferece ferramentas valiosas para desvendar os mecanismos subjacentes à criminalização e suas consequências.

A projeção e o bode expiatório são elementos importantes a serem considerados. A criminalização opera como um mecanismo de projeção, onde as angústias e os medos da sociedade são externalizados e direcionados a um grupo específico, transformado em bode expiatório. Essa dinâmica alimenta a estigmatização e a marginalização, negando a responsabilidade coletiva pelos problemas sociais.

A negação da culpa e a punição como defesa também são aspectos relevantes. Ao criminalizar determinados comportamentos, a sociedade busca negar a própria culpa e angústia diante das mazelas sociais. A punição, nesse contexto, funciona como um mecanismo de defesa que mascara a impotência e a falta de soluções reais.

A pulsão de morte e a violência institucionalizada são outros aspectos a serem considerados. A criminalização, com ênfase na punição e no controle, pode ser interpretada como uma expressão da pulsão de morte, presente em todos nós. Essa pulsão, quando não sublimada de forma saudável, se manifesta na violência, inclusive na violência institucionalizada, perpetuando o ciclo de sofrimento.

A repetição compulsiva e a falta de mudança também são problemas da criminalização. Ao invés de abordar as raízes dos problemas sociais, a criminalização se limita a tratar os sintomas, repete compulsivamente uma lógica punitiva que já se provou ineficaz. Essa repetição impede a mudança e a construção de soluções efetivas.

O recalque e a invisibilidade dos problemas são outros aspectos a serem considerados. A criminalização atua como um mecanismo de recalque, invisibiliza as reais causas dos problemas sociais. Ao negar a complexidade das questões em jogo, dificulta-se a busca por soluções abrangentes e eficazes.

A formação do supereu punitivo e a culpa internalizada são outros aspectos relevantes. A criminalização internaliza um supereu punitivo que gera culpa e sofrimento nos indivíduos, especialmente nos grupos marginalizados. Essa culpa internalizada pode levar à autodepreciação, à baixa autoestima e à dificuldade de reinserção social.

Para superar a lógica punitiva da criminalização, é necessário buscar compreender as raízes inconscientes dos problemas sociais. Com a análise das dinâmicas psíquicas, podemos construir um caminho para a transformação social que leve em consideração a prevenção, a educação, a saúde mental e a justiça social. Essas soluções alternativas à criminalização são ferramentas essenciais para construir uma sociedade mais justa, segura e próspera.

(*) É Produtor Rural em Mato Grosso do Sul.

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