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Islamismo e Agronegócio

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Dr. Reinaldo de Mattos Corrêa (*) –

O Islamismo, com os princípios de justiça social e proteção ambiental, apresenta desafios éticos e práticos quando confrontado com o modelo de produção agropecuária dominante no Brasil, o Agronegócio.

O Alcorão enfatiza a importância da compaixão e do cuidado com os animais, proibindo a crueldade e o desperdício. No entanto, o Agronegócio, com a lógica de produção em massa, muitas vezes coloca os animais em condições precárias, com sofrimento e abate em larga escala.

O Islamismo incentiva a preservação da natureza como um presente divino. O Agronegócio, por outro lado, é frequentemente associado ao desmatamento, uso excessivo de agrotóxicos e recursos hídricos, e degradação ambiental.

O Islamismo defende a justiça social e a distribuição equitativa da riqueza. O Agronegócio, por sua vez, concentra a posse de terras e os lucros nas mãos de uma minoria, enquanto a maioria dos trabalhadores enfrenta baixos salários, precárias condições de trabalho e insegurança alimentar.

O Alcorão valoriza a autonomia e a segurança alimentar das comunidades. O Agronegócio, com a dependência de monoculturas, transgênicos e agrotóxicos, ameaça a biodiversidade, a agricultura familiar e a autonomia alimentar das populações.

O Islamismo incentiva o consumo consciente e moderado. O Agronegócio, impulsionado pela lógica do mercado e do lucro, promove o consumo excessivo de carne e produtos industrializados, com impactos negativos na saúde e no meio ambiente.

Diante disso, surgem perguntas interessantes:

  • Como conciliar a compaixão islâmica com a criação industrial de animais em larga escala?
  • Como garantir a preservação ambiental em um modelo agropecuário que prioriza a produtividade e o lucro?
  • Como o Islamismo pode contribuir para uma distribuição mais justa da riqueza e dos benefícios do agronegócio?
  • Como promover a soberania alimentar e a segurança alimentar das comunidades em um contexto de agronegócio globalizado?
  • Como conciliar o consumo moderado com a cultura de consumo excessivo promovida pelo agronegócio?

Portanto, o Islamismo, com os princípios de justiça social, compaixão e preservação ambiental, oferece uma perspectiva crítica para o modelo de Agronegócio dominante. Por meio da análise crítica e reflexiva, é possível buscar alternativas mais justas, sustentáveis e compatíveis com os valores éticos do Islamismo.

(*) É Produtor Rural em Mato Grosso do Sul.

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