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Alfredo Barbara tentou devolver R$ 37 mil que recebeu indevidamente da Câmara

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José Henrique Marques

O jornalista Alfredo Barbara Neto, dono do Diário MS, se apoderou indevidamente de R$ 36.792,00 mil dos cofres públicos. A assertiva não é da vereadora Lia Nogueira (PP): ela suspeita que Barbara, Alan Guedes e o agente penitenciário Milton Junior surrupiaram bem mais, algo em torno de R$ 1 milhão em 2019 e 2020 quando o prefeito do PP presidia a Câmara Municipal, através do Diário MS, 67 News e da agência Lupa Comunicação.

Quanto a esses quase R$ 37 mil, Alfredo Barbara confessou ter recebido ao tentar devolve-los à Câmara Municipal. Assim, produziu provas contra ele mesmo e aos seus eventuais cúmplices. É “batom na cueca”, em jargão popular, na “farra da publicidade” custeada com o dinheiro do povo.

A Folha de Dourados teve acesso aos documentos relativos à “renuncia” do dinheiro de Barbara que foram anexados por Lia Nogueira no camalhaço de mais de 2 mil cópias de mapas de mídia, notas fiscais, contratos, ações judiciais, enfim, que ela entregou nesta segunda-feira (19) ao Ministério Público. Foram longos dois meses de trabalho, onde teve que recorrer até à Justiça para acessar a documentação [pública] que lhe fora negada pelo presidente da Câmara de Vereadores Laudir Munaretto (MDB) e pela Lupa Comunicação, de Milton Junior.

Se não bastasse ter abocanhado mais de 30% de todo o bolo publicitário da Câmara nos dois anos que Alan Guedes a presidiu e de ter assumido a chefia de Gabinete da Prefeitura para ganhar quase R$ 10 mil líquidos por mês, Alfredo Barbara, ao que tudo indica, pretendia continuar sangrando o Legislativo.

Em tempo: para causídicos ouvidos pela Folha não resta dúvida de que o prefeito Alan Guedes prevaricou na Câmara e deve responder por crime de favorecimento. Ele também pode perder o mandato caso confirmem suspeitas de que parte do dinheiro, supostamente desviado, foi parar na campanha eleitoral de 2020, que alçou os suspeitos (Alan, Alfredo e Milton da Lupa) à Prefeitura.

Como estaria impedido de receber mídias dos poderes públicos municipais para seu combalido jornal impresso Diário MS e ao site homônimo e pouco acessado pelo cargo que ocupa na Prefeitura, Alfredo Barbara tentou tangenciar a legalidade e, aí, cometeu um erro primário que, sob os rigores da lei, deverá lhe custar caro, assim como aos supostos comparsas.

Registre-se que Alfredo Barbara também recebia as dezenas de milhares de reais mensais através da ABN Agência de Notícias de propriedade de sua família, numa operação legal e legítima.

Mas, desde junho de 2019, Alfredo Barbara recebia também parte das generosas mídias autorizadas por Alan Guedes e pagas por Milton Junior através do site Indicador Econômico, utilizando para isso subterfúgio fraudulento. Ele simulava uma legalidade inexistente através de “autorização para representação comercial” desqualificada neste ano pela Procuradoria-Geral da Câmara “porque trata-se de um documento unilateral, sem qualquer validade comercial jurídica, bem como fiscal”. (Leia abaixo)

Voraz, o chefe de Gabinete de Alan Guedes, convenceu Laudir Munaretto (alega inocência e que foi usado pela suposta organização criminosa), a lhe repassar, em janeiro deste ano, através do Indicador Econômico (entenda, para veicular mídia no jornal e site Diário MS!?), os R$ R$ 36.792,00, valor semelhante que recebia quando a Câmara era presidida pelo atual prefeito. As notas fiscais 129 e 130 (abaixo) foram pagas nos dias 10 e 11 de fevereiro.

Ocorre que essa operação suspeita vazou na imprensa, através da Folha de Dourados, e em 26 de fevereiro a ABN Agência de Notícias apresentou na Câmara de Vereadores um “termo de renúncia” dos valores recebidos pela empresa Indicador Econômico. Acuado, Alfredo Barbara queria devolver os quase R$ 37 mil numa tentativa de se redimir da fraude.

Contudo, a renúncia (devolução do dinheiro público) foi rejeitada pelo setor financeiro da Câmara após parecer da Procuradoria-Geral, sob o fundamento de que apesar de haver uma autorização para representação comercial da empresa, o documento não tinha efeito legal e que a “a renúncia deveria ter sido apresentada pelo Indicador Econômico”, “tendo em vista ser ela a emitente das notas fiscais”.

Lia Nogueira não conseguiu (ainda) descobrir se o dinheiro foi pago via transferência bancária ou repassado através de cheque ou em espécie. Os comprovantes de pagamentos lhe foram negados por Munaretto e Milton Junior e o caso foi parar na Justiça, cujo desfecho é esperado para os próximos dias.

Alfredo Barbara tentou devolver R$ 37 mil que recebeu indevidamente da Câmara
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