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Em discurso na AL, Barbosinha critica péssimo governo de Alan Guedes

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José Henrique Marques –

Seis meses. Não há registros estatísticos, mas normalmente os prefeitos entrantes de Dourados têm esse prazo para mostrar a que veio: implantar as mudanças, corrigir os erros apontados na campanha eleitoral, enfim, resolver ou pelo menos equacionar satisfatoriamente os problemas da cidade. Alan Guedes (PP) começou mal e passados mais de 13 meses desde que assumiu, hoje, sua administração já é apontada como a pior da história do município.

O povo já perdeu a paciência com Alan Guedes há muitos meses. Embora faça de tudo para escamotear a verdade, comprando e impondo o silêncio de agentes públicos alinhados e da imprensa subordinada, a reputação política do prefeito é vexatória nas redes sociais, onde censura não existe já que a internet deu voz a todos e a todas, democratizou a comunicação.

Principal concorrente derrotado na vitória surpreendente da Alan Guedes nas eleições de 2020, o deputado Barbosinha (DEM) fez na terça-feira (07) um discurso contundente na Assembleia Legislativa. Não se tratou de revanche, ressentimentos de campanha, mas sim de um desabafo e revelou a todo Mato Grosso do Sul o que está acontecendo em Dourados.

O deputado ecoou no parlamento estadual aquilo que a grande maioria dos douradenses está sentindo diante do caos na saúde, da buraqueira, sujeira e escuridão de ruas e avenidas, entre outras mazelas na esfera administrativa.

O pronunciamento de Barbosinha foi pontual. Se ateve apenas a situação crítica da cidade de Dourados.

O deputado não citou, por exemplo, a suposta farra da publicidade, a compra de kits de robótica por R$ 8,7 milhões em Alagoas, a misteriosa licitação (empacada) para contratar empresa de limpeza pública, por exemplo. São acontecimentos importantes que o jovem prefeito precisa explicar ao povo de Dourados.

Leia o discurso de Barbosinha na íntegra:

Dourados é um canteiro de obras do Governo do Estado. As principais avenidas de Dourados, todo quadrilátero central, duplicação da MS-156, asfalto da Cidade Universitária até BR-463, asfalto do Anel Rodoviário Norte até hospital da Missão Caiuás ali dentro da reserva indígena. Acho que é o primeiro asfalto que se realiza dentro de uma reserva indígena no Mato Grosso do Sul. O asfalto que vai do Anel Rodoviário Norte até as proximidades do distrito do Panambi em Dourados, enfim. Marcelino Pires, Weimar, Joaquim, Hayel Bon Faker a tão sonhada obra da Coronel Ponciano.

Na verdade, o governador Reinaldo Azambuja assumiu a administração de Dourados por que o que se vê em Dourados hoje, efetivamente é ação do Governo do Estado. Um paradoxo, porquanto a administração Municipal de Dourados caminha muito mal.

14 meses de gestão infelizmente o que a gente vê em Dourados são os canteiros centrais tomado pelo mato, acidentes ocorrendo porque os veículos não conseguem enxergar aqueles que vêm em outra direção. Praças, parques completamente abandonados em Dourados. Iluminação pública com muito dinheiro em caixa da Cosip e administração ao longo de 13 meses aí, entrando para o décimo quarto mês ainda não conseguiu fazer a licitação.

E a saúde em Dourados infelizmente caótica. O que se vê em Dourados aqui, é triste! O sofrimento povo pobre que precisa dos postos de saúde, que precisa da Upa, que precisa do Hospital da Vida. Embora um corpo clínico, enfermagem, administrativos altamente qualificados, falta a esses profissionais as condições mínimas para poder exercer o seu trabalho. Médicos aqui em Dourados há cinco meses sem receber o seu salário. Infelizmente a segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul, apesar do imenso apoio que nós estamos dando, que o Governo do Estado está dando. Lá atrás R$ 9 milhões foram liberados para poder auxiliar a saúde. Esse dinheiro praticamente não provocou melhoria nenhuma e a gente observa que não é um caso meramente econômico. É um caso sério de grave crise administrativa, talvez a pior vivida na história de Dourados. O que salva neste momento, efetivamente, é a presença do governador Reinaldo Azambuja, sem retaliação.

O Governo foi chamado de corrupto, extremamente, na campanha, violentamente atacado, efetivamente é o governador que hoje assiste Dourados. O que se vê em Dourados hoje efetivamente é 100% ação do Governo do Estado num paradoxo. Eu imaginava que a administração passada não pudesse ser superada em termos de dificuldade de gestão, mas tem muita gente já sentindo saudade porque a administração, e aqui, não é sentimento quem perdeu a eleição. Eu fiquei muito calado ao longo deste primeiro ano porque quem perde eleição quando fala fica por conta do ressentimento, mas é uma pessoa que vive em Dourados e fica muito triste.

Quando eu ando por Dourados eu vejo os canteiros centrais ocupados por galhos de árvores secos, esse descuido extremo da administração pública que não consegue cortar grama nos canteiros e não consegue lidar com as questões básicas, também agora estão sendo tomadas pelos particulares. Eu tô vendo canteiro com areia, com pedra brita. Ninguém coloca tapume nas suas obras. É o particular seguindo o ritmo do desleixo e do descuido da pior administração que Dourados já conheceu.  Oxalá a gente possa mudar isso, mas infelizmente ao destacar as ações do Governo do Estado eu não vejo que a administração Municipal esteja aproveitando.

Eu nunca vi um Governo estadual, ajudar tanto, fazer tanto, estender tanto as mãos como o governador Reinaldo Azambuja tem estendido para Dourados, mas infelizmente, do ponto de vista da administração municipal é um desastre. O povo pobre chora, sofre. Nos postos de saúde desmantelados, sem papel higiênico, sem os materiais básicos mais essenciais. Hospital com médicos há cinco meses sem receber e o mato tomando conta daquilo que era antes local de visitação. Nossos parques e nossas praças completamente abandonados, tomados pelo matagal.

Infelizmente Dourados hoje parece uma cidade abandonada, abandonada. Eu espero que essa minha fala encontre eco na administração e o prefeito Municipal, jovem, que pode ter um futuro extraordinário pela frente, que pode aspirar espaços na política estadual, que Dourados reivindica há muito tempo, mas que pelo andar da carruagem vai ter um fim melancólico.  Muito mal assessorado, muito mal auxiliado.

Eu convido os senhores parlamentares. Venham fazer uma visita por Dourados, percorra o centro de Dourados, não precisa ir para os bairros mais distantes não. Andem no centro de Dourados e os senhores verão o quadro de abandono que essa administração está submetendo o maior município do interior do nosso Estado, a nossa querida Dourados e que nós estamos ajudando.  Nós queremos estender a mão, mas é preciso que o outro lado queira ser ajudado e sobretudo saiba aproveitar as oportunidades. Não é uma questão eminentemente econômico-financeira, é uma questão grave, de uma administração acéfala, sem cabeça, sem comando e corpo que não tem cabeça não se governa.

Use o exemplo do governo do Mato Grosso Sul e vamos resgatar Dourados desta condição triste e deprimente que nós estamos vivendo hoje.

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