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Mordaça em Lia Nogueira: dinheiro público censura jornalistas

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José Henrique Marques

O presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Alan Guedes foram eleitos com o mantra da honestidade, do novo e de outras jogadas de marketing político. Quanto ao inquilino de mais de 2 anos do Palácio do Planalto, milhões de eleitores pularam do barco com a vinda à tona dos cheques de Queiroz, das rachadinhas, da mansão de R$ 6 milhões do 0 alguma coisa, do desgoverno, da incapacidade, do negacionismo, do desdém com a pandemia, enfim.

Já o plantonista do Casarão da Coronel Ponciano, eleito com pouco mais de 20% do eleitorado, por enquanto um ou outro rumor de malfeito, mas sem nada comprovado, decerto boatos plantados por adversários – ou não.

Mas, há semelhanças entre Jair e Alan nos métodos antidemocráticos de governar. Ambos agem para cercear o direito de opinião de opositores e perseguem a imprensa livre. A jornalista Lia Nogueira, a segunda vereadora mais votada nas eleições do ano passado, é um exemplo pronto e acabado dessas assertivas.

Repórter e apresentadora intensa, combativa e verdadeira, Lia Nogueira trabalha há mais de 10 anos no grupo que controla em Mato Grosso do Sul a TV Record e a FM Cidade 101, sempre com liberdade de expressão – pelo menos até antes de se tornar vereadora, mas continua ser “insubordinada” aos “poderosos” de plantão.

Ocorre que há poucas semanas, Lia Nogueira foi notificada pela direção da empresa que não fará mais entradas ao vivo na programação. Agora, somente matérias gravadas e “orientadas”, ou seja, censura, já que é pactuado antes aquilo que será tratado ao vivo.  

O que teria acontecido para a jornalista receber a mordaça? Mesmo pertencendo ao partido de Alan Guedes, o PP, Lia não vinha contemporizando o desleixo com Dourados, que mesmo com a troca de prefeito continua abandonada, suja, escura, esburacada, tomada pelo mato e “vivendo” um caos na saúde pública.

Essa realidade, Lia Nogueira abordava em suas matérias jornalísticas e na tribuna da Câmara Municipal. A viagem a Campo Grande de integrantes do gabinete do ódio (à la Bolsonaro), implantado nos subterrâneos da política douradense, surtiu efeito na emissora com “investimentos” de polpudos recursos públicos douradenses em mídia. Mas, não a calará enquanto vereadora, porque está investida de mandato outorgado pelo povo.

Coincidência ou não, outro talentoso e reconhecido jornalista da emissora de Campo Grande, Antonio Coca, deixará em abril a FM Cidade 101. Já o vereador Marcelo Mourão ganhará um programa na emissora. Coca, a exemplo, de outros veteranos jornalistas vem sendo desrespeitado com ofertas “cala boca” pela administração, no exercício de sua profissão. Mourão impôs recentemente ao prefeito humilhação histórica ao recusar na tribuna a “indicação” de vice-líder do prefeito como prêmio – de consolação.

Com time de jornalistas importado de Campo Grande e influenciado por remanescentes envolvidos em operações policiais do início da década passada, Alan Guedes adotou política de comunicação débil, de confronto desnecessário e rançosa, onde privilegia uma legião de picaretas para elogia-lo, entre os quais um site de Curitiba-PR (.com para não deixar rastro) hospedado no exterior. A Prefeitura paga mensalmente para cada site serviçal entre R$ 6 mil e R$ 10 mil por mês, segundo fontes extraoficiais.  

Extraoficiais porque a Prefeitura desrespeita o artigo 16, da lei 12.232, que preconiza:  “As informações sobre a execução do contrato, com os nomes dos fornecedores de serviços especializados e veículos, serão divulgadas em sítio próprio aberto para o contrato na rede mundial de computadores, garantido o livre acesso às informações por quaisquer interessados”.

Por fim, uma advertência ao prefeito Alan Guedes: respeite para ser respeitado e seja transparente em seus atos. Estamos “De Olho”, ande na linha!

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