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AstraZeneca ainda considera possível obter uma vacina eficaz contra o vírus até o final de 2020

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A suspensão abrupta dos testes clínicos da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica AstraZeneca disparou o alarme em todo o mundo. No entanto, Pascal Soriot, diretor executivo da empresa anglo-sueca, minimizou o ocorrido nesta quinta-feira, durante uma videoconferência. “É muito comum, como muitos especialistas podem confirmar. A diferença em relação a outros testes de vacinas é que geralmente todo o mundo não está observando atentamente como eles se desenvolvem. O normal é parar, estudar o que aconteceu e recomeçar”, explicou Soriot. O diretor da empresa se mostrou moderadamente otimista, a ponto de afirmar que ainda é possível se chegar a uma vacina eficaz contra o vírus “no final deste ano ou no início do ano que vem” se a autoridade reguladora der em breve sua aprovação para que os testes sejam retomados. “Acredito que ainda temos tempo para coletar uma quantidade suficiente de dados que podemos submeter à correspondente aprovação antes do final deste ano”. Se isto ocorrer, caberá à autoridade reguladora (a Agência Europeia de Medicamentos, na UE, ou sua equivalente norte-americana, a FDA) aprovar e dar luz verde à distribuição das doses que já começaram a ser fabricadas, como o EL PAÍS informou em meados de junho.

Em todo o mundo existem cerca de 200 testes em andamento em busca da tão esperada vacina contra o coronavírus, embora apenas oito deles já tenham dado sinais encorajadores de sucesso. E entre estes, o trabalho conjunto da Universidade de Oxford e da AstraZeneca é o que desperta mais expectativas. A União Europeia assinou no dia 27 de agosto um primeiro contrato com a empresa farmacêutica para garantir 300 milhões de doses, ampliáveis para mais 100 milhões. O Governo espanhol aderiu a essa compra centralizada, com uma encomenda de 30 milhões de doses, ampliáveis para mais 10 milhões. O ministro da Saúde, Salvador Illa, chegou a dizer que a Espanha poderia dispor de três milhões de doses em dezembro, “se as análises clínicas superarem as devidas garantias”. Vários políticos de diferentes países transmitiram a ideia de que a vacina poderia começar a ser fornecida antes do final de 2020, razão pela qual a suspensão dos testes da AstraZeneca e os cálculos mais realistas de seu diretor executivo foram um balde de água fria.

A fase três do teste da vacina foi totalmente interrompida no início desta semana depois que se detectou que um dos voluntários havia sofrido efeitos colaterais adversos. Várias informações apontam que se trataria de uma mulher do Reino Unido, que teria desenvolvido mielite transversa, uma inflamação da coluna vertebral. Soriot afirmou que o diagnóstico ainda não é definitivo e que mais exames devem ser feitos. O diagnóstico provisório deve ser posteriormente apresentado a um comitê de segurança independente, sem nenhuma relação com a farmacêutica nem com os patrocinadores do teste, que decidirá se os testes podem prosseguir com segurança. Soriot não quis especificar o prazo necessário para esse processo. O habitual nesse tipo de situação é que sejam dias em vez de semanas, dependendo de que o comitê considere as informações fornecidas suficientes ou solicite mais dados.

“Em circunstâncias como essas, é possível aliar a velocidade, o cumprimento dos procedimentos e a eficácia. Mas o que não pode ser comprometido em nenhum caso é a segurança”, disse. O diretor executivo da AstraZeneca disse que no final do processo terão sido realizados testes em um total de 50.000 a 60.000 voluntários, o número exigido neste tipo de procedimento.

Graças ao financiamento de vários Governos, a farmacêutica pôde assumir o risco de começar a fabricar doses da vacina antes mesmo de os testes determinarem sua eficácia. Soriot indicou que neste momento a capacidade de seus laboratórios (e daqueles associados a todo o processo) lhes permitiria fabricar cerca de três bilhões de doses.

(El País)

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