José Henrique Marques –
Diante da repercussão negativa na sociedade sobre o descaso da administração municipal com profissionais na linha de frente contra a covid-19, o prefeito Alan Guedes (PP) abriu negociação com os funcionários da saúde, vinculados à Fundação de Saúde de Dourados (Funsaud).
Na manhã desta quarta-feira (17), o prefeito, acuado, foi representado pelo secretário de Governo, Henrique Sartori, em reunião com comissão dos trabalhadores, na Prefeitura, sendo dois do Hospital da Vida – Ângelo Miranda e Marcia de Oliveira; e dois da UPA – Elisângela Gomes e Claudinei Moreira.
Os vereadores Elias Ishy (PT), articulador do encontro, Daniela Hall (PSD), líder do prefeito na Câmara, e uma representante de Lia Nogueira (PP) acompanharam a reunião.
O inicío das negociações e a chuva não impediram, contudo, a manifestação de grupo de trabalhadores portando caixa de som, cartazes e apitos contra o prefeito, cobrando apoio da Câmara e reivindicando providências.
Os trabalhadores apresentaram a pauta de reivindicações a Sartori que “ficou de fazer os encaminhamentos hoje e amanhã para ver o que pode ser feito e o que está sendo feito”, disse Claudinei Moreira.
Uma nova reunião será realizada na próxima terça-feira (23), onde será feito devidos ajustes na pauta. “Hoje foi um momento do diálogo, do protocolo das reivindicações e de compromisso de abertura de canal de comunicação com a administração”, definiu Claudinei Moreira.
Ainda ontem (16), o prefeito exonerou o diretor-administrativo Funsaud Alexsander Almeida Gonçalves. Para o lugar dele foi nomeada a servidora Daniely Holoise Toledo.
Atolada em dívidas estimadas em mais de R$ 70 milhões (embora misteriosamente não há auditoria nas contas, à vista), a Funsaud não vem sequer depositando o FGTS dos trabalhadores na rede bancária. Boa parte deles não recebe ganho real nos salários desde que o órgão foi criado há cinco anos.
Até mesmo férias vencidas não estão sendo concedidas aos trabalhadores sob o argumento de que a Funsaud está passando por crise financeira. Para consegui-las é preciso completar três atrasadas.
Alan Guedes é acusado de retirar direitos conquistados na administração anterior, como o horário de refeição/descanso para plantonistas de 12 horas seguidas: era 3 horas e agora passou a ser de apenas 1 hora.
Alexsander Gonçalves era acusado de assédio moral e também de exigir a volta ao trabalho de funcionários que estão afastados em sem imunizados pela vacina contra a covid-19.
As queixas que recaiam sobre o ex-diretor-administrativo eram contundentes. Avesso ao diálogo já ameaçou uma funcionária: “Você não faz ideia do peso dessa caneta”. Em outro momento questionado por um colaborador pelas atitudes ditatoriais, desdenhou: “Você é o super-homem? Ou você é policial? Não estou vendo distintivo em você”.
Leia o relato dessa funcionária:
