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‘Roda por aqui um clipe da Tina Turner’, por Elairton Gehlen

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Elairton Gehlen – escritor –

Acabei de ouvir um clipe da Tina Turner cantando The Best e fiquei com vontade de escrever qualquer coisa que me viesse à mente porque a Tina é um show e se você prestar atenção em como ela canta fica com vontade de fazer algo que seja tão envolvente quanto ela demonstra no palco com aquele vozeirão peculiar dela, sua dança, a cabeleira especialmente preparada para aquela artista e a paixão com que ela canta, encanta e envolve a plateia que sem descontar um sequer, gostaria de ser a Tina. Quem não? 

Logo na sequência veio um clipe do Dire Straits, uma gravação de garagem que me pôs bem aqui no meu escritório, onde antigamente era exatamente a garagem do carro do meu pai. Não, o clipe não foi gravado aqui, só que eu pensei que muitos casos de sucesso começam assim, na garagem. Se eu quero ser um caso de sucesso? Claro, minha ‘garagem’, transformada em escritório, tem livros em abundância onde me deleito em leituras do Drummond, Vinicius, Garcia Marques, Lima Barreto, Fernando Sabino, Rubem Braga, Odila Lange, … Acabei de encomendar dois livros do Ernst Hemingwai, no original em Inglês que é para melhorar meus estudos da língua. 

Enquanto escrevo, volta o clipe da Tina Turner, agora em outro palco, espalhando seu vozeirão e esbanjando beleza em seu corpo negro num vestidinho branco, curto. A cantora tem aquela beleza negra que muitas brancas gostariam de ter, mas não conseguem, é própria da negritude. O clipe foi postado no facebook pela minha amiga Marina, negra também, dona dessa beleza incomparável. O treze de maio marca as comemorações relativas ao fim da escravidão no Brasil e eu fico pensando se não eram os ‘brancos’ os escravos dos preconceitos que ainda hoje escravizam mentes desde ingênuos idosos aculturados em tempos idos até brutamontes encastelados no palácio do planalto. 

É bem possível que boa parte da nossa juventude não tenha a menor ideia de quem foi Tina Turner ou Dire Straits ou o que significou realmente o treze de maio. Perdidos entre o Sertanejo Universitário, as novelas da televisão, os programas do Faustão e o Big Brother fica difícil encontrar uma saída para o lado de fora da caverna. Volto meus olhos para o livro que me chegou há poucos dias: Contos completos de Lima Barreto. Por uma dessas coincidências da vida, o autor nasceu no dia 13 de maio, exatamente sete anos antes da Princesa Isabel assinar abolição da escravatura neste país. Autor de belíssimos contos e romances, o escritor, negro, só teve reconhecido seu talento muitos anos após a sua morte. 

Roda aqui um clipe da Bonnie Tyler, Total Eclipse of the Heart. Hoje é sábado e eu vou tomar uma bohemia. 

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