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Uso excessivo de telas como celular e TV aumenta riscos de compulsão alimentar, diz estudo

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Crianças com idades entre 9 e 10 anos que passam muito tempo em frente a telas — seja de celulares, computadores ou TV — apresentam maior risco de desenvolver compulsão alimentar periódica um ano depois. Este é o resultado de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Toronto e da Universidade da Califórnia (EUA) e publicado na revista científica International Journal of Eating Disorders (Jornal Internacional sobre Desordens Alimentares, em tradução livre).

O trabalho descobriu que cada hora adicional gasta nas redes sociais estava associada a um risco 62% maior de transtorno da compulsão alimentar periódica um ano depois. Já assistir à televisão ou a filmes levou a um risco 39% maior de transtorno da compulsão alimentar periódica um ano depois.

— O transtorno de compulsão alimentar periódica é caracterizado pelos episódios curtos e recorrentes de alto consumo de alimentos, que muitas vezes é associado a uma sensação de perda de controle. Então, é aquela pessoa que tem o controle da alimentação ao longo do dia, mas, em algum momento, tem um episódio de comer demais durante um curto período — explica Bettina Correa, psicóloga do Grupo de Telemedicina Iron.

Os pesquisadores analisaram dados de 11.025 crianças que fazem parte do Estudo de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro Adolescente, a maior pesquisa de longo prazo sobre o desenvolvimento do cérebro nos Estados Unidos.

— Ao estarem totalmente envolvidas com aquilo que estão assistindo, seja filmes, novelas, desenhos, seriados, jogos eletrônicos, muitos acabam comendo sem nem perceber a quantidade e qualidade do que está sendo ingerido. Isso pode ser fator de risco para o desenvolvimento de transtornos na alimentação e compulsão — afirma o psiquiatra Lucas Bifano Mendes Brito, que complementa:

— Essa alimentação em frente às telas tende a ser menos nutritiva e saudável do que aquelas feitas na mesa, junto com a família.

No estudo, as crianças responderam a perguntas sobre o tempo gasto em seis modalidades diferentes de tempo na tela, incluindo televisão, mídia social e mensagens de texto. Já os pais, sobre comportamentos de compulsão alimentar dos filhos, especificamente a frequência e as características de comer demais e o sofrimento relacionado.

Efeitos da pandemia

Os dados usados pelo estudo foram coletados entre 2016 e 2019, antes da crise causada pela Covid-19. No entanto, para Jason Nagata, professor assistente de pediatria na Universidade da Califórnia e um dos autores da pesquisa, os resultados são especialmente relevantes durante a pandemia.

— Com o aprendizado remoto, o cancelamento dos esportes juvenis e o isolamento social, as crianças estão atualmente expostas a níveis sem precedentes de tempo de tela. Os pais devem conversar regularmente com seus filhos sobre tempo de tela e desenvolver um uso de mídia familiar plano — diz Nagata.

Em fevereiro do ano passado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou um manual de orientação aos pais sobre os riscos à saúde de crianças e adolescentes com a exposição às telas. Para a faixa etária de 6 a 10 anos, a recomendação é que o uso não ultrapasse duas horas diárias.

Mas, em maio de 2020, por causa da necessidade de aulas remotas, a indicação passou a ser que as telas não ocupem o tempo necessário para que as crianças durmam, se alimentem e brinquem ativamente.

Dez dicas para evitar o problema

Estabeleça uma rotina

É muito importante que as crianças tenham horário para tudo, inclusive para as refeições e para o momento de usar telas (celular, tablet, video-game, televisão). Converse com seu filho e monte um cronograma diário para ele. Lembre-se de incluir nesta rotina os horários para os lanches intermediários entre o café da manhã, o almoço e o jantar

Evite telas na hora de comer

Nos momentos de refeição, não deixe a televisão ligada nem o celular por perto da criança. Isso faz com que ela se distraia e não preste atenção naquilo que está comendo. Alimentar-se deve ser um ato consciente

Inclua a criança no preparo da comida

Uma das formas de aumentar a consciência sobre o que está sendo consumido durante a alimentação é chamar a criança para ajudar no preparo do alimento que será servido. Isto envolve a criança em todo o processo de preparação e gera nela a curiosidade de experimentar aquilo que ela ajudou a cozinhar

Dê frutas nos lanches

Nos lanches intermediários entre as grandes refeições, ofereça frutas para as suas crianças. Elas são saborosas e possuem nutrientes necessários para o bom crescimento de seus filhos. Evite ao máximo dar biscoitos recheados, salgadinhos industrializados e refrigerantes

Supervisione o uso das telas

Nunca deixe seu filho fazer o uso de telas sem a sua supervisão. É preciso observar quais são os conteúdos que são apresentados aos seu filho e intervir quando for necessário, sempre explicando para a criança os motivos

Use as telas para além do entretenimento

As televisões e celulares podem ser usados para assistir a conteúdos que possam trazer algum tipo de aprendizado para os pequenos. Mostre a eles que nem tudo é desenho ou joguinho. Passe um tempo com ele assistindo a algo que seja interessante, como um documentário sobre um tema que ele goste ou até mesmo as notícias do dia

Faça atividades em família ‘offline’

Separe um tempo diário para realizar alguma atividade em família no qual não sejam usados nenhum tipo de tela. Isso mostra para a criança que existem outros tipos de diversão

Não use aparelhos antes de dormir

O uso de celular, tablet, video-game ou televisão antes de dormir prejudica o sono (tanto da criança quanto do adulto), por causa das luzes emitidas pelas telas. Por isso, evite usar pelo menos duas horas antes de dormir

Estimule exercícios físicos

O isolamento social fez com que muitas crianças deixassem de se exercitar, já que faziam atividade apenas na educação física. Estimule seu filho a se exercitar mesmo dentro de casa. Peça ajuda ao profissional de educação física da escola

Dê o exemplo

Nada melhor do que os pais serem os principais exemplos de seus filhos, certo? Por isso, adote hábitos mais saudáveis de vida e aplique estas dicas em sua rotina. Assim, é muito mais fácil ajudar seu filho. (Extra)

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