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Odila Lange: ‘O Rio Grande chora seu rincão perdido e seus filhos mortos!’

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Odila Lange (*) –

Hoje os campos de minha terra estão cobertos de água! Águas das chuvas, dos rios, dos arroios, das sangas, mas, também do povo gaúcho massacrado pela maior enchente ocorrida desde que me conheço por gente!

O povo gaúcho une-se em choro, gritos de socorro, preces, mas ,sobretudo, une-se na solidariedade e no amor!

São voluntários pilotando helicópteros, barcos, jet-ski , botes, jangadas e tudo mais que possa se manter sobre as águas impiedosas que avançam sobre campos, estradas, calçadas e casas, arrastando, derrubando, rebentando e dizimando tudo que é empecilho para seu caminho de destruição!

O Rio Grande destroçado, destruído, alquebrado e triste não desiste! Forma uma corrente de solidariedade, uma corrente de bem querença, uma corrente de amor!

Gaúchos unidos na dor,carregam sacos de areia, pedras, troncos e galhos para deter taipas e barragens!

O povo gaúcho une-se, tanto na alegria como na dor! Une-se na coragem, na força e nas lágrimas! Todos choram ao ver suas casas destroçadas, seus móveis boiando, seus carros sendo arrastados pelas águas furiosas e seus irmãos mortos!

Uma força nasce unanimemente em todos seus habitantes que oferecem o pão, o colo, o calor de um poncho quentinho e sobretudo a quentura existente no coração deste povo tão generoso!

Jamais fomos tão massacrados pela força da natureza como nos últimos anos! Mas não estamos sozinhos nem abandonados! O povo brasileiro desperta para esta realidade crua, triste e aniquiladora e se une de alma e de coração para ajudar o povo gaúcho! Vem doações de roupas, calçados, alimentação, medicamentos, colchões, cobertores mas sobretudo muito conforto!

O povo brasileiro , ouve o clamor de seus irmãos rio-grandenses e chora! Estas lágrimas não consolam quem perdeu tudo mas aquecem os corações de quem chora sua terra destroçada e seus filhos mortos!

E citando Carpinejar eu repito: “estamos destruídos mas não aniquilados!”
Tal qual a fênix que renasce das cinzas, renasceremos da lama e dos escombros!

Daremos a volta por cima e reconstruiremos nossas lavouras, nossos pomares, nossas estradas, nossas escolas, nossos hospitais e nossas casas! Mas, principalmente, reconstruiremos nossos sonhos!

Nosso povo, meu povo, recebe conforto e orações de todas partes do mundo!

Até o nosso inigualável Papa Francisco pediu preces e ajuda a este povo tão valente e ao mesmo tempo tão sofrido!

Temos orgulho de sermos gaúchos, pois, segundo canta nosso hino, “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”!

(*) Advogada, escritora e presidente da Academia de Letras do Brasil, Seccional Dourados.

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