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Evento para caçar e matar cobras gigantes anima turistas e promete prêmios

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Evento começou na sexta-feira, mas atividade não se restringe a um mês ou época do anos; desafio é uma tentativa de conter a população da cobra, que não tem predador nativo

Um concurso para caçar e matar cobras começou na sexta-feira (04). Mas não de qualquer espécie: uma píton Birmanesa, que pode ter até 6 metros e pesar cerca de 90 kg. É o que propõe o Florida Python Challenge, ou Desafio Píton, concurso anual que atrai centenas de turistas e oferece até prêmios em dinheiro — até US$ 30 mil.

A atividade não se restringe a um mês ou época do ano, e não exige permissão e não há limites de animais abatidos. Um pouco macabro, o evento é uma tentativa de conter a população do réptil em Everglades, na Flórida, como alegam à BBC os conservacionistas locais ao defender que a prioridade do concurso é chamar atenção para os danos causados por espécies invasoras:

“É um evento de conscientização”, argumenta à BBC a especialista em espécies invasoras, Melissa Miller, que pesquisa o problema da píton na Universidade da Flórida.

Miller argumenta ainda que, dada a dificuldade na captura desse animal, a caça torna-se ainda mais necessária. Desde que as remoções da Birmanesa começaram na Flórida, cerca de 17 mil foram mortas — apenas um pequeno número foi morto durante a competição. Um programa para controle da espécie também está em curso, com agentes especializados e cães usados para fareja-las.

Introduzidas no sul do estado no século XX, essas pítons são originárias da Ásia e chegaram à América através do comércio de animais exóticos. Segundo Miller, passam 80% do tempo imóveis, movendo-se raramente para uma refeição — animais frescos que foram esmagados até a morte.

Na região, o cardápio das pítons é variado, indo de pássaros e veados até jacarés. Contudo, a máxima não funciona ao contrário. Não há predadores locais para que auxiliem no controle da sua população. Com isso, as cobras tornaram-se um grande problema para as espécies da região.

Mais de 90% espécies locais, como guaxinins, coelhos do pântano e gambás foram eliminadas. Além disso, suas habilidades na água, potencializando a caça, ameaçam ainda o alimento de outros animais, como a pantera-da-florida. Esses répteis também carregam parasitas, que já alcançam 13 espécies de cobras nativas, e são versadas na “arte da fuga”, escondendo-se na grama e nas árvores.

Mesmo com os impactos na região, ativistas dos direitos dos animais, incluindo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta, em inglês), fazem duras críticas ao desafio, alegando que o extermínio deve ser regulamentado e feito por profissionais capacitados.

“Nós percebemos que algo deve ser feito para consertar o erro causado pelo tráfico de animais exóticos, mas o teste real da civilização é se esse problema pode ser resolvido humanamente”, defendeu a organização em comunicado publicado em 2019. (Extra.Globo)

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