O tema será debatido nesta terça-feira na Câmara de Vereadores, a partir das 18 horas
Da Redação da Folha de Dourados –
Dourados é a cidade sul-mato-grossense mais violenta contra a mulher em um Estado (Mato Grosso do Sul) que ocupa a quinta posição no ranking nacional neste fator, sendo que o Brasil também é o quinto país mais violento do mundo, contra as mulheres. A taxa de feminicídio em Mato Grosso do Sul é a maior do país: 3,5 a cada 100 mil mulheres.
Essa realidade será abordada em audiência pública que acontecerá nesta terça-feira (19) na Câmara de Vereadores, numa realização do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e a Câmara Municipal de Dourados.
Com o tema “Dourados contra a Misoginia”, o evento vai debater formas de combate ao ódio contra as mulheres que resulta, entre outros fatos, o de Dourados liderar a taxa de homicídios entre as maiores cidades do Estado.
Segundo dados da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM, da Guarda Municipal e do Programa Mulher Segura – PROMUSE, órgãos com assentos no Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, em 2023, houve um total de 1.111 registros de violência contra mulher, realizados na sede, durante a semana e no período diurno, foram 784 violências domésticas. Deste número, 167 foram lesões corporais, 119 estupros de vulneráveis, sete estupros e dezessete estupros mediante violência doméstica.
Na DEPAC – Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário, que atende violência contra mulher nos finais de semana, feriados e período noturno, foram 899 ocorrências por violência doméstica, quatro feminicídios consumados, nove atentados, 330 lesões, cinquenta e cinco estupros de vulneráveis, treze estupros, e sete estupros mediante violência doméstica.
Também em 2023, o Programa Mulher Segura, cuja atribuição é a de fiscalizar o cumprimento das Medidas Protetivas de Urgência, relata que possui 1322 MPUs (medidas protetivas de urgência) cadastradas. O Programa atendeu, ainda, quatro homicídios e 488 casos de violência doméstica.
Ainda em 2023, a Guarda Municipal fez os seguintes atendimentos: 145 casos de violência contra mulheres, prisão de 48 agressores, 24 quebras de medidas protetivas e 25 afastamentos coercitivos de agressores.
“Como vemos, os números são assustadores, totalizando 1.744 casos de violência contra as mulheres, dos quais, 1.417 são de violência doméstica”, explica a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Rilziane Guimarães Bezerra de Melo.
Grande FM –
Em entrevista concedida segunda-feira (18), ao Programa “Patrulha da Cidade”, apresentado pelo jornalista Osvaldo Duarte, na Grande FM, a conselheira Loreni Giordani, acompanhada de Rilziane Guimarães, reclamou da relação institucional com a Prefeitura, que ainda não teria recebido a entidade para tratar da proposta de criação de uma legislação combate à misoginia em Dourados.
“Não fomos recebidos para tratar desta pauta. A nossa fala com o Executivo é truncada, porque o Conselho ousa dizer o que não está funcionando. Mas a gente vai elogiar, sim, logo em seguida quando tiver motivos para elogiar. Mas por enquanto estamos cobrando”, disse a Loreni Giordani na Grande FM.
