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Desafio: Geraldo propõe debate público com deputados acerca de ações por Dourados

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José Henrique Marques –

Na segunda-feira passada (25/9), o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) polemizou a política douradense com declarações contundentes ao jornal Correio do Estado, de Campo Grande.

Na entrevista, afirma que somente será candidato a prefeito de Dourados se houver consenso em torno de seu nome entre forças políticas antagônicas, como PT, PL, MDB e PSDB, destacou as ações do Governo do Estado no munícipio e falou sobre saúde, sua especialidade.

Mas, o que mais repercutiu nos bastidores, na imprensa e na Assembleia Legislativa (ALMS) foi a afirmação de que eleitores de Dourados teriam “dedo podre”, justificando derrotas recentes de candidatos apoiados pelo ex-governador Reinaldo Azambuja e atual presidente do PSDB, Reinaldo Azambuja – a dele, para Délia Razuk (PSDB), em 2016, e do atual vice-governador Barbosinha (PP) para Alan Guedes (PP), em 2020.

A expressão “dedo podre” provocou uma saraivada de críticas a Geraldo Resende na tribuna da AL.

Procurado pela Folha de Dourados, ele disse que não generalizou e contra-atacou desafiando para um debate os demais parlamentares numa emissora de rádio para discorrer sobre as realizações de cada um em Dourados.

Leia a seguir, a entrevista na íntegra.

Folha de Dourados – A entrevista que concedeu ao jornal Correio do Estado, na semana passada, sobre as eleições em Dourados repercutiu na Assembleia Legislativa. A fala em que afirmou que os douradenses não sabem votar provocou críticas contundentes de alguns deputados. O senhor disse isso mesmo ao jornal de Campo Grande?

Geraldo Resende – Na entrevista, eu não generalizei, como disseram alguns deputados. Eu disse (e reafirmo) que “parte” dos eleitores não sabe votar. E tanto isso é verdade que tivemos administrações douradenses nos últimos anos que deixaram muito a desejar que são motivo de muita reclamação e críticas na imprensa e nas redes sociais. Inclusive eu perdi uma eleição em que fui candidato a prefeito em 2016, aceitei o resultado e continuei trabalhando por Dourados. A democracia pressupõe que saibamos conviver com quem pensa diferente, respeitemos a opinião dos outros e, caso a gente tiver que fazer o contraponto, que seja em alto nível.

Como o senhor analisa o debate que aconteceu na Assembleia?

Acho que alguns deputados extrapolaram o nível do bom senso. E fico muito triste, porque um debate que iniciei deveria ser motivo de reflexões acerca da atuação de atores políticos no processo de conscientização do eleitor, e não foi isso que nós vimos. Algumas falas foram apelativas, partiram para a baixaria e, a meu ver, diminuíram a importância do ambiente legislativo, que é a Casa do Povo destinada a luta pela melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Como o senhor responde ao que chamou de “baixaria”?

Com trabalho. Jamais desceria ao mesmo nível dos meus detratores, pois avalio que estou no auge da minha atividade política, numa quadra da vida em que tenho muita saúde e disposição para continuar enfrentando adversidades e lutando pelo bem comum. Graças a Deus, avalio que estou na plenitude das minhas faculdades mentais e físicas, que me possibilitam fazer a defesa de um projeto na tribuna ou em reuniões, por várias horas, se necessário. No exercício do mandato, para mim não tem dia, nem hora, nem feriado e nem final de semana.

Algum exemplo dessa sua forma de atuação?

Por exemplo: enquanto alguns apresentaram na Assembleia Legislativa manifestações grosseiras,  eu participava de um seminário para discutir o autismo no Brasil e, principalmente, em Mato Grosso do Sul. Estava em Brasília discutindo com o relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO,  para o ano que vem, a possibilidades da construção de estruturas pra enfrentar o autismo, como fizemos em Dourados, que tem a melhor estrutura para esse público em Mato Grosso do Sul. E, chegando ao Estado, participei, junto com a diretoria da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Campo Grande, de articulações que possibilitaram a conquista de uma área para a construção da sede própria da entidade, na capital. Também estive na FUNCRAF, entidade que lida com as crianças que possuem fissuras lábio palatinas, fazendo a entrega de equipamentos como gabinetes odontológicos e de aparelho que faz exame de aferição da audição de crianças com esse tipo de adversidade, denominado “Bera”.

Mas, além dos adversários políticos que aproveitaram a declaração para lhe criticar na Assembleia, o senhor não acha que parte dos seus eleitores não gostou da sua fala?

Acredito que alguns douradenses que receberam a informação distorcida, às vezes até difundida por adversários políticos, podem ter não gostado. Mas ouvi de várias pessoas mais esclarecidas, que eu falei somente a verdade. Então, é para a parte que recebeu apenas a versão criada por meus antagonistas, que faço esse esclarecimento. E podem acreditar: sou um apaixonado por Dourados e pela sua gente, que me proporcionaram diversas oportunidades para trabalhar por essa cidade. E por isso mesmo quero propor um desafio à sociedade douradense.

Qual seria?

Quero propor não apenas aos deputados que se manifestaram na tribuna da Assembleia, mas a qualquer outro parlamentar tanto estadual quanto federal, eleito por Mato Grosso do Sul, a fazer um debate público em uma emissora de rádio, mediado por uma entidade neutra e com perguntas da imprensa douradense, acerca do trabalho de cada um em favor de Dourados. Poderíamos escolher, por exemplo, a Rádio Grande FM, e chamar também uma entidade que tenha respeito da coletividade, como por exemplo a Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED); e também diversos jornalistas para fazer perguntas aos políticos, onde cada detentor de mandato possa falar e expor suas opiniões.

Caso isso se viabilize, qual será a pauta para o debatedor discorrer?

Cada um poderá falar o que fez para nossa cidade na área de saúde, ou seja, qual é a estrutura que trouxe; qual hospital ou unidade ajudou a construir; na área de educação, qual a escola que conquistou para Dourados ou qual a escola foi reformada pela sua ação. Na área da assistência social, qual é a ação ou a obra que garantiu no enfrentamento à violência contra a mulher, quem viabilizou uma delegacia mulher ou quem lutou para se construir a futura Casa da Mulher Brasileira em Dourados… Na infraestrutura, qual a metragem de asfalto que cada um conseguiu para os bairros de Dourados… enfim, tudo aquilo que é a performance que um detentor de mandato, seja ele deputado federal ou estadual viabilizou para nossa cidade.

Está lançado o desafio, então…

Sim. De minha parte, estou pronto para a qualquer momento em que os demais agentes políticos toparem. E aí, logicamente, nós estaremos fazendo o debate de altíssimo nível. Não o debate rasteiro, não o debate pequeno, porque a gente não pode apequenar a política. A política, como diz o Papa Francisco, é a expressão maior da caridade porque é uma expressão do bem comum.

Por fim, o senhor continua pré-candidato a prefeito pelo PSDB?

Mantenho o que disse para o Correio do Estado: Eu só coloco meu nome à disposição se houver um consenso, se as forças políticas da cidade, como PT, PL, PSDB e MDB, entenderem que é importante criar um projeto que não se restrinja, não se apequene no sentido de ser um projeto pessoal ou um projeto de um partido em busca de poder. Se houver essa consciência, então, eu saio candidato, caso contrário, eu não vou ficar disputando, brigando para ser candidato em uma cidade que, para melhorar, precisa de fato de uma administração diferenciada para enfrentar inclusive setores que se apoderaram dela, que vai desde o funcionalismo público, que torna os prefeitos reféns deles, até setores fora da administração municipal, que mandam na gestão.

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