Mariana Rocha (*) –
Quando queremos aproximar as pessoas, construímos nossas falas e conteúdos a partir de determinados interesses, valores e objetivos e assim é que formamos as chamadas comunidades.
É importante dizer que o termo “comunidade” não se refere apenas a um grupo físico de pessoas, mas também pode se aplicar a grupos virtuais que se reúnem online por meio de plataformas digitais. Seja em jogos ou em redes sociais, um universo cada vez mais vasto, cheio de pessoas conectadas pela internet.
O fato é que para a política, as mídias digitais trouxeram uma proximidade entre eleitores e candidatos, algo nunca antes visto. No mesmo espaço das mídias digitais os atores políticos (eleitores, pessoas eleitas) passaram a promover sua participação.
Perfis políticos nas redes sociais, por vezes angariam, em números, mais seguidores do que eleitores. Na internet pessoas comuns podem expressar suas opiniões em suas contas nas redes sociais (Facebook/Meta, Twitter/X, Instagram, TikTok) e dentro de grupos de aplicativos de mensagens instantâneas (WhatsApp, Telegram, Messenger), emitindo opiniões em massa.
Ter uma presença digital significa estar disponível e acessível online. Isso facilita que colegas, eleitores e parceiros encontrem informações sobre você e suas habilidades a qualquer momento. A evolução constante da tecnologia exige a presença digital e não tem como estar nas redes de qualquer forma, até o mais despojado influencer possui sim, um público, uma métrica, um caminho de ser no digital.
O que são comunidades digitais?
As comunidades digitais são formadas em diversas plataformas da internet, como redes sociais, fóruns, grupos de discussão, aplicativos de mensagens e outras plataformas online. Desempenham um papel significativo nas campanhas políticas modernas, onde equipes de campanha se conectam com eleitores, mobilizam apoiadores e disseminarem mensagens.
As comunidades digitais se caracterizam pela interação online entre os seus membros, um espaço para conexões virtuais e colaboração, como os famosos “Grupos de WhatsApp” ou até mesmo grupos dentro do Facebook/Meta. No entanto, é bom tomar cuidado com a forma de se comunicar.
Uma boa comunicação dentro de uma comunidade digital pode ajudar na consolidação do eleitorado, ou, pode afastá-lo. Tudo deve ocorrer a partir do consentimento e do diálogo. Operacionalizar uma boa comunicação dentro das comunidades digitais estimula o voluntariado, uma relação muito positiva para quem está em plena campanha política. Os grupos podem, inclusive, ser aliados para a atuação da campanha nas ruas, no chão da cidade.
A presença digital das campanhas políticas de 2024
Durante a campanha das últimas eleições proporcionais (que elegem Prefeitos, Vices e Vereadores) o mundo vivia uma Pandemia e isso forçou a sociedade a estar ainda mais presente nas redes sociais para expressar sua participação social e democrática. Desde então, grupos e pessoas passaram a influenciar fatos políticos e a tomada de decisão de parlamentares.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 88,5% das pessoas com 10 anos ou mais possuem telefone celular.
A ampla migração de figuras políticas para o digital agora é elemento indispensável na política, inclusive nas argumentações para as prévias partidárias, ou seja, para a escolha dos nomes que cada entidade partidária escolhe lançar em sua chapa. Os números de seguidores, as curtidas, tráfego, alcance, enfim, as métricas das redes sociais já são levadas em questão para escolher candidatos(as) com potencial.
Ainda sobre os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a faixa etária em que mais pessoas possuem o aparelho móvel é de 30 a 39 anos (20,8%) e a menor é de 10 a 13 anos (4,6%). Vale lembrar que todo cidadão alfabetizado, nascido no país ou naturalizado, com idade entre 18 e 70 anos é obrigado a votar no Brasil.
As Eleições de 2024 tem um importante elemento a ser levado em consideração: a presença digital das campanhas políticas em comunidades. Vamos ver quem vai conseguir reunir as pessoas no digital, com assertividade e ecoar seu projeto para o pleito eleitoral de outubro.
(*) Jornalista da Folha de Dourados, graduada pela UFRJ, escritora, consultora de campanhas políticas e institucionais, roteirista de conteúdo para redes sociais e comunidades digitais. Fundadora da Anexa Consultorias, foi gestora de Políticas Públicas para Mulheres do município de Dourados.