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Alan Guedes diz não ser afilhado político de Murilo e que o Governo discrimina Dourados

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Candidato a prefeito do PP concedeu entrevista exclusiva à Folha de Dourados

José Henrique Marques

No Natal, quando completará 35 anos, o douradense Alan Aquino Guedes de Mendonça pretende celebrar com a família algo a mais: a condição de prefeito eleito de Dourados nas eleições de 15 de novembro. Se isso acontecer trocará a presidência da Câmara de Vereadores pela chefia do Executivo.

Candidato lançado pelo Partido Progressista (PP), Alan espera o desenrolar das convenções das outras legendas para saber quem será o ou a candidata a vice-prefeita. Nesta entrevista exclusiva à Folha de Dourados ele não confessa, mas torce, sim, por uma coligação com o PSB de Davi Vieira e Deumeires Moraes e, assim, polarizar e ameaçar a liderança nas pesquisas do candidato do DEM, o deputado estadual José Carlos Barbosinha.  

Casado, pai, advogado, bacharel em Relações Internacionais e professor, Alan Guedes não se considera um afilhado político do vice-governador Murilo Zauith (DEM): “Eu e o Murilo somos amigos. Há uma grande diferença nisso”.

O candidato do Progressista diz que fará uma campanha propositiva, sem ataques pessoais a atual mandatária, Délia Razuk (PTB), com quem mantém “uma relação institucional e de respeito”.

Quanto a um dos principais gargalos de Dourados, a saúde pública, ele tem o diagnóstico de “há um problema estrutural, que é o subfinanciamento da média e alta complexidade, o que acaba por consumir recursos que poderiam ser melhor aplicados na atenção básica. O governo do Estado trata desigualmente os cidadãos da macrorregião de Dourados, em relação aos de Campo Grande, Corumbá e Três Lagoas”.

Na presidência da Câmara, Alan Guedes diz que amadureceu “como homem público, aperfeiçoando a capacidade de dialogar e construir pontes políticas em busca de alternativas para os problemas da sociedade”.

Leia a seguir a entrevista na íntegra.

Folha de Dourados – Aparentemente o senhor trocou uma reeleição garantida por uma duvidosa de prefeito. Por que?

Alan Guedes – Acredito que não exista reeleição garantida e nem eleição duvidosa. Poderia pleitear um terceiro mandato como vereador, mas já há algum tempo venho sinalizando que esse não seria o caminho. A eleição de prefeito é desafiadora e considero que há um bom campo a ser explorado.

Folha de Dourados – Na ata da convenção encaminhada ao TRE deixa brecha para, por exemplo, o senhor ser vice de outra candidatura?

Não, a ata deixa em aberto apenas a escolha do meu candidato a vice-prefeito ou prefeita, por deliberação da executiva conforme poderes delegados pela convenção, em respeito ao estatuto do partido.

Folha de Dourados – Num cenário onde terá pela frente um candidato alinhado com o governo do Estado (Barbosinha, do DEM), candidaturas independentes e partidos à esquerda, qual estratégia para sua candidatura crescer?

A minha candidatura vem crescendo desde o momento em que informei que era pré-candidato e não posso me preocupar com apoio para, depois disso, colocar a campanha na rua. Nosso foco é mostrar para as pessoas que quero ser prefeito e que posso fazer uma ótima administração. Acredito muito em um sentimento de mudança e o crescimento das intenções de voto sinalizam isso.

Folha de Dourados – Uma vez eleito, o que pretende fazer de diferente na administração de uma cidade com mais de 225 mil habitantes?

A cidade de Dourados é muito forte e pujante, e o poder público municipal precisa ser indutor do crescimento. Ouviremos mais a sociedade, pois as demandas dela são as demandas da cidade.

Folha de Dourados – Sua campanha será de oposição à atual prefeita Délia Razuk, do PTB?

Fiz oposição política à prefeita na tribuna da Câmara, como vereador. Os douradenses sabem disso. Como presidente da Casa de Leis mantive uma relação institucional e de respeito para com a prefeita, fomos inclusive colegas na Câmara, e nunca teci crítica de caráter pessoal. Minha campanha será propositiva, falando do que quero e penso para Dourados.

Folha de Dourados – Como resolver os gargalos da saúde, dos buracos nas vias públicas e da iluminação que vem atormentando os últimos prefeitos de Dourados?

De fato a cidade tem alguns gargalos. Na saúde há um problema estrutural, que é o subfinanciamento da média e alta complexidade, o que acaba por consumir recursos que poderiam ser melhor aplicados na atenção básica. O governo do Estado trata desigualmente os cidadãos da macrorregião de Dourados, em relação aos de Campo Grande, Corumbá e Três Lagoas. O problema do asfalto é crônico e buscaremos soluções mais eficazes na restauração. Uma delas certamente é viabilizar uma nova usina de asfalto para o município. A iluminação é um serviço financiado e não é aceitável que não seja bem prestado. Pensamos em uma parceria público-privado para viabilizar de maneira mais adequada a gestão desse importante setor.

Folha de Dourados – Qual a expectativa em relação à vaga de vice em sua chapa? Se for do PSB que é a melhor opção? E no caso de chapa pura?

Estamos conversando com diversos partidos, entre eles o PSB, que tem excelentes nomes. Em a aliança se concretizando, cabe ao partido indicar seus nomes e, juntos, escolheremos o que mais se adaptará o nosso modelo de campanha. Todavia, é importante destacar que no Progressistas temos excelentes nomes para o caso de uma chapa puro sangue.

Folha de Dourados – O senhor é visto em Dourados como um afilhado político do vice-governador Murilo Zauith (DEM). De alguma maneira ele o apoiará nesta eleição?

Não me considero afilhado do vice-governador. Eu e o Murilo somos amigos. Há uma grande diferença nisso. Quando deixei o Democratas disse que lá deixava amigos e o vice-governador certamente é um deles. O Murilo é um homem de partido. Ele é presidente estadual do DEM, que já tem uma candidatura posta e por mim respeitada, e eu sou candidato pelo Progressistas.

Folha de Dourados – Ainda que não vença a disputa pela Prefeitura, há a expectativa de que o senhor terá expressiva votação. Está pavimentando o caminho para chegar à Assembleia Legislativa ou Câmara Federal?

Entro nessa disputa com o sincero sentimento de que é possível vencê-la. Já disputei eleição para deputado estadual e federal, além de vereador. Não tenho medo de eleição. Apesar de ter apenas 34 anos, já fui experimentado nas urnas. Pela primeira vez encaro uma disputa pelo Executivo e estou totalmente focado nela.

Folha de Dourados – Qual as lições que o senhor levará depois de presidir a Câmara Municipal de Dourados? O que esse posto acrescentou em sua visão de política?

Qualifico minha trajetória como presidente da Câmara como um encantador desafio. Aprendi muito. Continuo aprendendo. Foram dias difíceis, mas que me ensinaram demais. Amadureci como homem público, aperfeiçoando a capacidade de dialogar e construir pontes políticas em busca de alternativas para os problemas da sociedade. A Câmara de Dourados é maior em estrutura de pessoal e orçamento do que a maioria dos municípios de Mato Grosso do Sul. Portanto, a experiência de presidi-la está me oportunizando conhecimento para administrar a cidade.

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