Como informado aqui na Folha de Dourados, foi cumprido na manhã desta segunda-feira (14) o mandado de prisão preventiva contra o produtor rural Paulo Afonso de Lima Lange, de 65 anos, acusado de matar a tiros o vizinho Volnei Kommers Beutinger, de 52 anos. O crime ocorreu na última quinta-feira (10), em uma fazenda às margens da MS-468, no distrito de Itahum, zona rural de Dourados.
A prisão foi motivada por contradições nos depoimentos prestados tanto por Paulo quanto por testemunhas ouvidas ao longo da investigação. Segundo a Polícia Civil, o avanço nas diligências, somado à análise da cena do crime e à apreensão da arma usada no homicídio, evidenciou inconsistências na versão apresentada pelo investigado.
Contradições e falta de socorro pesaram na prisão
O delegado responsável pelo caso, Lucas Albe Veppo, explicou que a dinâmica apresentada pelo suspeito não condiz com os elementos reunidos pela investigação. “Houve incompatibilidade entre o que foi dito e o que foi encontrado no local do crime, especialmente quanto à conduta do investigado após os disparos”, afirmou.
Outro ponto crucial para o pedido de prisão foi a ausência de socorro imediato à vítima. Em vez de buscar ajuda médica, Paulo colocou o corpo de Volnei em um veículo e o levou até a fazenda da própria vítima. O produtor alegou não ter conseguido acionar o Samu devido à falta de sinal de celular na região.
Conflito antigo entre vizinhos teria motivado crime
De acordo com as apurações, o homicídio foi o desfecho de uma série de desavenças entre os dois produtores rurais. A discussão final teria começado após gado de Volnei invadir a propriedade de Paulo, gerando um confronto físico entre a vítima e o filho do acusado.
Durante a briga, Paulo teria intervido e atirado no peito da vítima com um revólver calibre .38. A morte foi instantânea, segundo os peritos.
O delegado ressaltou que o filho do acusado não teve participação direta no homicídio, embora estivesse presente no momento do fato.
Prisão e andamento do inquérito
Após ser localizado, Paulo Lange foi conduzido à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) em Dourados e permanece à disposição da Justiça. Ele aguarda audiência de custódia e possível transferência para a Penitenciária Estadual de Dourados (PED).
A Polícia Civil tem até 10 dias para concluir o inquérito, que irá definir se Paulo responderá por homicídio qualificado, agravado por motivo fútil ou impossibilidade de defesa da vítima.
O caso segue sob responsabilidade do Setor de Investigações Gerais (SIG) de Dourados. (J.B)