Uma jovem de 25 anos contou que foi salva pela mãe após ser atacada, estrangulada e agredida pelo ex-namorado.
No dia 21 de abril, na Zona Oeste do Rio, Nathalia de Souza Silva diz que foi atacada por Vitor Cavalcante Vieira. Segundo ela, quando a mãe tentou socorrê-la ainda teria levado socos e choques de taser.
Após as agressões, Nathalia relatou que ainda sente as sequelas da tentativa de feminicídio que sofreu, e diz que sua mãe salvou sua vida:
Vitor fugiu e está foragido por tentar matar a ex-namorada e a ex-sogra. Ele já tinha contra ele uma medida protetiva para não se aproximar de Nathalia, concedida em janeiro deste ano pela Justiça do Rio. No entanto, ele desrespeitou a ordem judicial:
“Eu acordei por volta de 1 e pouca da manhã com ele em cima de mim. Eu acordei já com ele me enforcando, me dando socos e me atacando com arma de choque. Quando ele soltou minha mão, eu consegui gritar”, relatou ela em entrevista ao g1.
Segundo Nathalia, sua mãe ouviu seu grito e foi atrás dela. Vitor, então, passou a agredir a ex-namorada e a ex-sogra.
“Ele bateu em nós duas, ele disparou mais choques contra ela do que em mim, bateu bastante nela. Na hora que ele bateu muito nela, eu fui para cima dele, ele me mordeu, minha mãe conseguiu abrir a porta e correr. Ele disparou muito choque na minha mãe, mas conseguiu correr pro quintal. Nessa hora ele largou tudo para trás”, contou a vítima.
Ameaças e relação tóxica

Nathalia contou que teve um relacionamento com Vitor por dois anos, mas que terminou a relação em setembro de 2024. A partir daí, passou a conviver com diversas ameaças:
“Eram muitas ameaças que ele fazia em redes sociais, dizendo que iria me matar, que iria me matar lentamente. Em outubro e novembro ele ficou me perseguindo, ele ficava indo na minha casa onde eu não estava para levar flores, chocolates, cartas, ficava indo em lugares que eu ia, eu se eu postasse que eu estava em algum lugar ele ia logo depois”, relatou.
Segundo ela, o ex-namorado chegou a clonar o celular dela.
No quarto, ele deixou uma garrafa pet com 2 litros de gasolina, um isqueiro, um martelo, uma besta (máquina que dispara flechas em sequência) e um arpão posicionado para uso. Os itens foram apreendidos pela 36ª DP (Santa Cruz), que investiga o caso.
“Provavelmente depois de me atacar, me torturar na cama e, né, fazer o que fosse fazer comigo na cama, ele usaria as armas e posteriormente a gasolina, que a gente encontrou dentro da mochila que ele deixou para trás”, disse Nathalia.
A advogada da vítima, Ieda de Souza Aguiar, disse que a medida protetiva foi deferida em janeiro de 2025, mas que o processo estava arquivado.
O juiz João Paulo Knaack Capanema de Souza, do II Juizado de Violência Doméstica de Bangu, decidiu pedir a prisão preventiva de Vitor, e o mandado já foi expedido:
“Hoje, esse mandado de prisão já está na mão do oficial de Justiça, da Polícia Civil, que não está localizando, justamente porque ele mora numa área perigosa, onde é difícil o acesso dos policiais e do oficial de justiça. Hoje, a Nathalia teme pela integridade física não só dela, como de sua família também”, disse a advogada.
O g1 procurou a defesa de Vitor, que afirmou que ele se apresentará na quarta-feira (30) à Justiça.
(Informações G1)