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‘Uma Bohemia no frio’ – crônica do escritor Elairton Gehlen

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Elairton Gehlen – escritor –

– Quanto você ganha para fazer propaganda de cerveja? Foi assim que eu descobri um leitor assíduo das minhas publicações. Até essa pergunta chegar ao meu perfil nas redes sociais nunca tinha ouvido falar desse senhor que, lendo meus textos ficara intrigado sobre a quantidade de vezes, aliás nem tantas! que eu cito essa marca de cerveja. Certo é que não ganho nada, aliás nunca tive qualquer contato com o fabricante da bebida além de remeter, indiretamente, certo valor em lucro toda vez que compro uma lata ou garrafa no supermercado. 

Não posso negar que bohemia é uma das cervejas que eu gosto de beber, mas quando me refiro à essa marca nos meus textos isso é uma metáfora para dizer que uma cerveja na beira da piscina com uma companhia agradável é muito melhor do que ficar num escritório sonhando com o aumento de salário. Agora mesmo, exatamente em meu escritório, à uma temperatura de 13º centígrados, me permito uma bohemia e com certeza o significado da palavra que em bom português é quase um delírio num sistema social que discrimina quem busca liberdade, me traz exatamente esse desejo de ‘deixar prá lá’ os conceitos sociais para viver a liberdade que, no fim das contas, é próprio da natureza. Respeitar a natureza é essencialmente desrespeitar as razões do ser humano. 

E eu, decididamente não tenho razão. Quando tentei ser racional fiz tantas bobagens que, melhor seria ter bebido uma bohemia e relaxado um pouco e deixado a vida me levar com mais leveza e cordialidade. São as regras! Justamente elas, que tornam a vida muito dura e, ainda que feitas para organizar a sociedade, acabam tirando a essência da vida. Desde a mais tenra idade me debati entre o rigor das regras e o desejo infinito de romper com elas. 

Disse lá em cima, que era um senhor que havia me questionado sobre a publicidade da cerveja. Descobri-o depois de uma breve troca de mensagens. Me disse ele que não deveria eu fazer propaganda de bebida alcoólica. E ele está certo, se bem que muitas vezes nos valemos de alguma droga para fugir da realidade em que nos metemos enquanto seres sociais. Eu não tenho costume de beber bebida destilada, também não fumo e nem uso outras drogas viciantes. Um vinho, talvez, sim Seco ou Demi seco. Quase convenci meu leitor a experimentar uma cervejinha, Bohemia, claro, mesmo ele tendo se confessado membro de um dessas denominações assumidamente abstêmica. Que é que eu posso fazer, ele disse, talvez eu deva reler aquela postagem sobre o ‘não tempo’. Lá, continuou, você disse que: “não havendo o tempo, tudo que se faz não tem consequências. Vou consultar e meu pastor, talvez ele concorde, quem sabe até toma uma? 

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