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‘TV Câmara’ foi a gota d’água para Lia Nogueira renunciar à Mesa da Câmara

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José Henrique Marques

Na tarde da segunda-feira passada (27), nos bastidores da sessão da Câmara, a vereadora Lia Nogueira (PP) entregou a Laudir Munaretto (MDB) o documento renunciando à segunda-secretaria da Mesa Diretora. Maroto, o presidente tentou demove-la. Era jogo de cena. Depois, brindou com seus iguais. Sentiu-se vitorioso.

Por ser uma mulher independente, com posições políticas claras, direcionadas às causas populares, Lia Nogueira nunca foi benquista no grupo político que chegou ao poder com eleição de Alan Guedes (PP) à Prefeitura de Dourados. Era um presságio. De fato, a vereadora jamais será subserviente aos poderosos de plantão ao custo de trair a população sofrida de Dourados, que padece com o caos na saúde pública e outras mazelas crônicas.

Não é porque foi eleita pelo mesmo partido de Alan Guedes que Lia Nogueira iria passar pano na incompetência administrativa, na arrogância e no desrespeito aos adversários, à imprensa livre e na caça às bruxas que os comandados dos chefes do Executivo e do Legislativo veem em todos setores da sociedade. Antes de ser eleita, Lia Nogueira construiu história na imprensa sul-mato-grossense como jornalista sensível às causas populares.

A verdade é que Lia Nogueira começou a ser atacada pelo establishment ainda durante as articulações que elegeram a Mesa Diretora. Uma vez eleita, como era de se esperar não mudou de posição em relação à população, mesmo contrariando interesses do “Casarão” da Avenida Coronel Ponciano, onde extremistas teriam montado um tal de gabinete do ódio, que não tolera críticas de quem quer que seja e intimida os “rebeldes” utilizando recursos e empregos públicos.

Em meio à crise da saúde, inclusive, com morte sem atendimento médico, e falta de papel higiênico nos banheiros, medicamentos, enfim, uma balburdia,  surgiram as denúncias da farra da publicidade, a partir de documentos entregues por Munaretto ao vereador afastado Diogo Castilho (DEM). A suposta organização criminosa e o suposto desvio de R$ 1 milhão foram denunciados à Procuradoria Geral de Justiça do Estado e ao Ministério Público de Dourados, a quem tem o dever constitucional de apurar se existiu ou não, e cuja morosidade já incomoda.

Valente e destemida, a vereadora foi a fundo na investigação e até recorreu à Justiça contra a recusa de Munaretto de entregar documentos públicos que deveriam estar no portal de transparência, como comprovantes de veiculação de mídias e de pagamentos aos veículos de imprensa.

Pela documentação que Lia Nogueira reuniu, é possível afirmar que não houve crime perfeito em Dourados, só não vê quem não quer. Muito batom foi deixado na cueca, como a surreal tentativa de devolução de dinheiro público à Câmara, pago indevidamente por Munaretto ao compadre Alfredo Barbara Neto, do Diário MS.

A criação do site 67 News, os recursos destinados ao misterioso Indicador Econômico e a um site de Maracaju são algumas das evidências de que algo muito suspeito aconteceu e está acontecendo nas barbas da sociedade, afrontando a Justiça. Como diria Boris Casoy: “É uma vergonha”!

O posicionamento de Lia Nogueira, contrariando interesses de Alan Guedes e de Laudir Munaretto, fez dela figura decorativa na Mesa da Câmara. Não era consultada para nada e até os quatro cargos que tinha o direito de indicar foram sumariamente suprimidos por Munaretto, numa retaliação no melhor estilo de ditadorzinho de república de bananas.

Não à toa, incentivada por boçais e crápulas que acreditam que o poder político é perene, uma assessora de Lia Nogueira foi cooptada para denuncia-la e assim tentar cassar o mandato dado pelo povo de Dourados, tendo como pano de fundo uma brincadeira entre [supostas] amigas no finalmente de uma festa de confraternização. Aliás, aguarda-se nomeação reveladora no Diário Oficial do Município, o que explicará muita coisa.

Além do constrangimento de ser um tipo de “rainha da Inglaterra”, preocupava Lia Nogueira o fato de, sendo membro, responder pelos atos da Mesa, como na ultrajante ajuda a Alfredo Barbara – o indivíduo que já havia ficado com 33% do total do orçamento da Câmara para a publicidade sob a presidência de Alan Guedes, em 2019 e 2020. Ela não tinha o conhecimento de absolutamente nada do que ocorria nas entranhas do Poder Legislativo.

A saída dela da Mesa Diretora foi uma decisão amadurecida há meses e decidida depois que ficou sabendo por reportagem da Folha de Dourados, assim como outros vereadores, que Munaretto pretende criar uma tal TV Câmara para torrar quase R$ 900 mil em um ano, num projeto desnecessário e que a bem da moralidade pública deveria ser natimorto.

Ora, como não consultar e debater a criação de canal de televisão com Lia Nogueira, que além de vereadora era membro da Mesa e é jornalista diplomada – trabalhou e trabalha numa emissora de TV? O que há por trás deste mirabolante projeto?

Com certeza, Lia Nogueira achou por bem não passar vergonha sendo figura decorativa na Mesa e nem correr o risco de ser presa junto com Munaretto e batcaverna, claro se é que existiu e existe mesmo a suposta roubalheira na Câmara de Dourados. Mas, alguém tem que investigar – e não é o bispo!

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