Assim como qualquer órgão tem sua importância em nosso corpo, o fígado, órgão do sistema digestivo, pode desempenhar mais de 500 funções no corpo humano. Caso o órgão fique sobrecarregado, a substituição – transplante de fígado – pode ser indicada. Casos como hepatite B e C ou excesso de medicamentos também podem levar à necessidade de cirurgia.
O fígado é responsável por filtrar o sangue e eliminar toxinas do nosso corpo. No entanto, quando há excesso dessas toxinas, chegando ao seu limite funcional, o fígado não consegue desempenhar 100% da sua capacidade e fica sobrecarregado, o que pode levar à necessidade de um transplante de fígado.
O que geralmente acontece é que o fígado para de funcionar corretamente, mesmo que tenha algumas reservas. A maioria das doenças que afetam o fígado são crônicas e muitas vezes silenciosas, comprometendo gradativamente o funcionamento do órgão. Com o tempo, embora a pessoa não sinta nada, o fígado perde sua capacidade funcional até chegar a um ponto em que não consegue mais suprir as necessidades do corpo.
Esse é o momento em que o transplante se torna a única alternativa, onde retiramos o órgão que está doente e colocamos outro saudável no lugar. Isso depende da doação de alguém, seja de um doador falecido da fila de espera ou de um doador vivo que queira doar parte do fígado.
Quais doenças podem levar ao transplante hepático?
Diversos problemas de saúde podem levar à falência hepática e podem acabar resultando em um transplante. O alcoolismo, a hepatite crônica B ou C, e a infiltração gordurosa no fígado, conhecida como fígado gorduroso, são algumas das principais causas, mas além dessas três principais causas temos outras, como a deficiência de Alfa-1 antitripsina, uma doença rara causada por conta de uma mutação genética hereditária, podendo afetar até mesmo o pulmão.
Hoje uma das principais causas que leva o indivíduo a fila de transplante de fígado no mundo, é a síndrome metabólica, conhecida também como síndrome da resistência à insulina, que causa uma inflamação no fígado, a esteato-hepatite não alcoólica. Essa condição pode progredir para cirrose, insuficiência hepática e aumentar o risco de câncer de fígado. O indivíduo muitas vezes pode não consumir álcool, mas casos de sobrepeso, diabetes, pressão alta e sedentarismo, também podem levar ao desenvolvimento da cirrose.
Há casos que levam ao transplante que vão além do comum, como hepatites B e C, o excesso de remédios, conhecido como hepatite medicamentosa, também pode ocasionar um transplante de fígado.
Níveis de esteatose
A esteatose em si, ou seja, só a gordura no fígado, não leva a um transplante, mas é preciso entender que existem três graus de esteatose hepática.
O grau 1, que é a deposição leve de gordura. Já o grau 2 tem uma deposição moderada e no grau 3, a deposição de gordura é acentuada.
A esteatose não está associada aos sintomas, mas quando associada a síndrome metabólica, a inflamação pode evoluir para casos graves, incluindo pele e olhos amarelados, acúmulo de líquido abdominal (ascite) e hematomas.
O diagnóstico é feito por meio de exames médicos regulares, como ultrassom abdominal e testes de função hepática (TGO, TGP, Gama GT).
Felizmente é possível prevenir a necessidade de um transplante hepático. A prevenção e o tratamento da esteatose hepática necessitam de uma série de mudanças bruscas no estilo de vida. O paciente deve evitar o consumo de álcool, pois ele acaba danificando as células do fígado e, além disso, precisam adotar uma alimentação saudável, como a dieta mediterrânea, rica em fibras, vegetais, proteínas magras, azeite de oliva e grãos integrais, e buscar manter um peso saudável através de uma dieta equilibrada e regularmente fazer exercícios físicos. (Istoé)