25/04/2018 15h10
Por: Yahoo Vida e Estilo
Não fomos bem adestrados, eu e meu marido. Pertencemos à classe de humanos que não apenas permite a presença de bichos de estimação na cama como acorda no meio da noite espremida por eles – barriga pra cima e patas arreganhadas diante de nossos focinhos subjugados. Vira-latas, nossa cachorra e nossa gata dormem com pedigree. Mas tudo tem limite: é “desce, Yaki! desce, Soba!” [voz de vou-comer-seu-rim-com-farofa] quando o sexo começa.
Não dá, não. Não dou. Desconcentro. Embora doce, nessas horas a felina de casa quase não pisca… a um palmo de nós, adota olhos vidrados feito arte sacra, como quem observa nossos pecados e os anota no caderninho. A-ca-ba com meu instinto selvagem. Uma vez trouxe o ratinho de pelúcia, desses recheados com a “erva do gato”, e rolou ronronante. Nós que alucinamos de rir. “Vai caçar outra coisa pra fazer, criatura!”. Tanta unha pra gastar, sabe?
Houve um tempo em que a cachorrínea, um tanto confusa, erguia as orelhas e torcia o pescoço. Tipo eu na pracinha analisando se dois seres engalfinhados estão brigando ou brincando. Dependendo dos nossos movimentos e sons, ela latia em minha ~defesa~. “É consensual!”. Hoje, ao menor sinal, Yaki sai espontaneamente com o rabo entre as pernas. O cão de uma amiga arranha a porta, “chora” de desespero e impotência. Outra tava ~distraída com o namorado quando levou uma lambida na bunda (não foi dele).
Pets não têm maturidade pra lidar com o fato de que seus humanos entram no cio e copulam – guardadas as proporções, quanta gente prefere acreditar que a mãe só transou uma vez na vida? Irracional é você se tentar me convencer de que minha gata e minha cachorra não compreendem. Talvez um peixe betta não compreenda. Talvez eu não me incomodasse com uma chinchila espectadora. Talvez eu tenha sérios problemas.Edite este campo e insira a matéria AQUI.