Inês Pereira Esteves – Gestora de Educação e Segurança para o Trânsito – Detran-MS. Especialista em Estudos Multidisciplinares de Trânsito – UCDB. Terapeuta Floral Plena – MSFLORES/CONAFLOR.
A Cartilha, que outrora foi inspirada no documento “Os Dez Mandamentos do Trânsito Seguro”, foi criada pelo Vaticano, em junho de 2007.
No Brasil, a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançaram, em 18/09/2007, uma “Campanha” para difundir os “Dez Mandamentos do Trânsito Seguro”.
Objetivo da Campanha:
Difundir os “Dez Mandamentos do Trânsito Seguro” , visando mobilizar os diversos segmentos da sociedade, para sensibilizar e conscientizar a população sobre a importância de adotar comportamentos seguros no trânsito, educando os cidadãos sobre a
legislação, promovendo a direção segura, o respeito a sinalização e as regras de circulação, a importância da manutenção do veículo, a não utilização de tele móveis ao volante. destacando comportamentos e atitudes sobre a importância do respeito a vida.
A Campanha teve, como recurso, a Cartilha dos “Dez Mandamentos do Trânsito Seguro”, assim definidos:
(1) Não matar
O carro é um instrumento a serviço da vida, da convivência e do progresso. Vamos proteger a vida e respeitar as leis do trânsito!
(2) A estrada seja para você um instrumento de comunhão entre as pessoas e não um local com risco de vida!
As estradas são construídas para aproximar as pessoas e favorecer a promoção humana. Vamos defender a vida com amor e colaboração, também no trânsito!
(3) Cortesia, sinceridade e prudência ajudarão você a superar os imprevistos.
A sensibilidade nas relações humanas é o suporte para as grandes e pequenas soluções da vida. No trânsito, precisamos manter este clima de respeito e amor ao outro.
(4) Seja caridoso e ajude o próximo nas suas necessidades, especialmente as vítimas de acidentes.
O amor e a justiça são princípios indispensáveis para manter e cultivar a dignidade humana. Por isso, “não nos cansaremos de fazer o bem” (Gl 6,9)
(5) Que o carro não seja para você expressão de poder e domínio nem ocasião de pecado.
O bom uso do carro depende das boas intenções do motorista! O que se passa no coração se expressa nas relações.
(6) Convença, com caridade, os jovens e os que já não o são para que não dirijam quando não estiverem em condições de fazê-lo.
O bom senso é princípio indispensável no discernimento sobre as condições de dirigir. É preciso obedecer as leis de trânsito e aceitar os próprios limites.
(7) Ajude as famílias das vítimas de acidentes.
A verdadeira solidariedade se confirma nas horas difíceis da vida. O que você gostaria que lhe fizessem, procure fazer ao outro.
(8) Reúna a vítima com o motorista agressor, num momento oportuno, para que possam viver a experiência libertadora do perdão.
Fogo não se apaga com o fogo! Violência não se resolve com violência! Só o perdão liberta e promove a paz e a justiça!
(9) Na estrada, proteja o mais vulnerável.
O cuidado pela vida, sobretudo a dos mais fracos, é a maior expressão de grandeza de um coração que sabe amar!
(10) Sinta-se responsável pelo outro.
Ninguém é mais do que ninguém, mas todos somos menos, sem o outro. Somos mutuamente responsáveis pela vida e pela paz nas estradas. Seja solidário!
A campanha teve o apoio das Igrejas, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), hoje Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN).
Os resultados obtidos da Campanha:
Permitiu alcance massivo de informação. Foram distribuídas 10 milhões de cartilhas com as orientações de segurança viária em todo o país, principalmente por meio de paróquias da Igreja Católica, em uma ação conjunta com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), que destacou sobre a preservação da vida no contexto do trânsito, considerando que uma das missões da igreja é o trabalho humanitário e de serviço social.
A ampla divulgação das cartilhas contou com a participação da mídia que incentivou o debate público sobre a importância da direção segura e do respeito à sinalização viária e às regras de circulação no trânsito. Aumentou a conscientização!
A campanha enfatizou que a segurança viária é responsabilidade de todos!
Houve um profícuo engajamento institucional que gerou impactos duradouros.
A campanha contribuiu para a educação no trânsito, preservação da vida e a redução dos acidentes!
Assim, verifico que há a necessidade do resgate da “Cartilha dos Dez mandamentos do Trânsito Seguro”, para humanizar o trânsito.
É preciso que a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro busque novamente o apoio da igreja, considerando sua missão na defesa dos direitos humanos e da justiça social, para motivar a sociedade à reflexão sobre os impactos que os acidentes de trânsito
causam à comunidade, que inclui perdas de vida, incapacidades permanentes e temporárias, com consequências financeiras, sociais e psicológicas para as vítimas e suas famílias, além de um alto custo econômico para o sistema de saúde.
A tragédia também sobrecarrega os serviços públicos de emergência e deixa um rastro de dor, sofrimento e redução da qualidade de vida para as pessoas envolvidas.
Claramente, os acidentes de trânsito no Brasil são um problema de saúde pública! O trânsito brasileiro é o quarto mais violento do continente americano, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde!
Que a união de todos e a intervenção da Igreja gere novas reflexões sobre as graves consequências sociais dos acidentes de trânsito!