José Henrique Marques –
O prefeito de Dourados Alan Guedes (PP) enfrenta, politicamente, uma tempestade perfeita. Se não bastassem as crises do caos na saúde pública, agravada durante sua administração, as denúncias de corrupção na presidência da Câmara, entre 2019 e 2020, e suspeitas de caixa 2 nas eleições do ano passado, agora se vê em meio de uma crise envolvendo os secretários de Governo de Dourados, Henrique Sartori (DEM), e o de Estado, Sergio Murilo (Podemos).
Numa quimera ou a serviço sabe-se lá de quem, Sartori plantou na imprensa, segundo informações em off, que Sergio Murilo teria exigido de Alan Guedes uma Secretaria na Prefeitura para o vereador Marcelo Mourão (Podemos).
O pedido teria sido feito na quarta-feira (19), quando o secretário do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) esteve em Dourados. Sartori nega autoria do factoide.
O suposto uso da máquina do Estado para exigir cargo de primeiro escalão na Prefeitura de Dourados acirrou a crise entre dirigentes do PSDB e do Podemos que buscam fortalecer suas bases já vislumbrando as eleições de 2022, quando os partidos poderão ou não marchar juntos.
Segundo apurou a Folha de Dourados, o objetivo de Sartori e de quem lhe deu a “missão” é afastar Sergio Murilo do Governo.
Ouvido sobre o caso pela Folha na manhã deste sábado, Marcelo Mourão disse que conversou com Alan Guedes. “O prefeito me garantiu que Sergio Murilo não tratou desse assunto com ele, em momento algum aqui em Dourados ou em outra ocasião”, afirmou.
Marcelo Mourão ficou bastante desconfortável com o factoide: “Quem disse que quero ser secretário”, indagou dizendo ter ficado “surpreso com esse assunto” e chateado em ser envolvido numa articulação para prejudicar seu partido.
Quanto ao prefeito, até agora nenhuma manifestação pública, assim como permanece em silêncio sobre as denúncias da chamada “farra da publicidade” formuladas na segunda-feira (17), na Tribuna da Câmara, pela vereadora Lia Nogueira (PP).
A denúncia com robusta documentação comprobatória será encaminhada na próxima semana ao Ministério Público Estadual que investigará, segundo afirmou ontem (21) o promotor Ricardo Rotunno ao presidente da Câmara, Laudir Munaretto (MDB).
