Juliel Batista –
Há 23 anos trabalhando nos seis mandatos consecutivos do deputado federal Vander Loubet (PT), o engenheiro civil, advogado, mestre em Letras e doutorando em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Sandro Omar de Oliveira Santos, está convencido de que chegou a hora de ir além dos bastidores da política e enfrentar o veredito das urnas.
Com o anúncio de Vander Loubet de que disputará, nas eleições de 2026, uma das duas vagas ao Senado, Sandro Omar comunicou ao PT que é pré-candidato a deputado federal. Não é, contudo, uma decisão monocrática: tem a anuência de Vander, com uma condição: de se viabilizar politicamente.
Desde então, Sandro Omar tem feitos muitas articulações, escutando lideranças e corrido o trecho em Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira (27), por exemplo, como chefe de Gabinete, esteve em Dourados entregando R$ 1,1 milhão de emendas parlamentares de Vander, em parceria com a deputada Gleice Jane (PT), e aproveitou para ouvir setores do PT douradense. Conversou com membros das correntes Articulação de Esquerda (AE) e da Construindo um Novo Brasil (CNB), além do Núcleo Universitário.

Em visita à Folha de Dourados, Sandro Omar se mostrou confiante pela receptividade que vem encontrando nas andanças no interior do Estado e em bairros de Campo Grande. É candidatíssimo, com uma ressalva: se o processo político levar Vander a buscar novo mandato na Câmara dos Deputados, ele retira sua candidatura para, quem sabe, disputar uma vaga na Câmara Municipal de Campo Grande, em 2028.

Na semana passada, Sandro Omar concedeu a seguinte entrevista ao site Raio X, de Campo Grande. Leia, a seguir.
Diga para os leitores do Raio X quem é o Sandro Omar.
Bom. Nasci em Altair, uma pequena cidade entre Olímpia e Barretos, no interior de São Paulo. Vim para o Mato Grosso do Sul ainda jovem, com a mesma coragem que move quem acredita que o trabalho e a educação podem transformar vidas. Aqui formei minha família, construí minha trajetória e encontrei meu propósito. Sou engenheiro civil, advogado, mestre em Letras e doutorando em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Tive a oportunidade de ser professor de Resistência dos Materiais na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. A educação e o compromisso com o desenvolvimento sustentável sempre foram o alicerce da minha vida.
Como iniciou sua trajetória na política?
Minha trajetória na política começou acompanhando de perto o trabalho de uma grande referência: o deputado federal Vander Loubet, do Partido dos Trabalhadores, que está no sexto mandato consecutivo. Vi de dentro o que é fazer política com seriedade, com ética e com foco em resultados. Foi nesse convívio que entendi que a boa política é feita com diálogo, técnica e sensibilidade.
Quais pontos na política que te fizeram encantar?
O que me encantou na política foi perceber que ela é, de fato, o instrumento mais poderoso para transformar realidades. Quando uma decisão política muda o destino de uma comunidade, constrói casas, melhora a escola de uma criança ou leva água a um assentamento ou para uma comunidade indígena, a gente entende que vale a pena acreditar. Política não é sobre vaidade, é sobre compromisso.
Em qual momento da vida tomou a decisão de se tornar pré-candidato a deputado federal com vistas às eleições de 2026?
A decisão nasceu da decisão do meu líder em alçar outros patamares, do amadurecimento e da responsabilidade. Depois de tantos anos acompanhando o trabalho do deputado Vander Loubet, vi que chegou a hora de tentar contribuir mais diretamente, mas sempre em conjunto com ele. A experiência técnica e acadêmica que acumulei precisa servir à população, transformar conhecimento em ação concreta.
O que motivou a ser pré-candidato a deputado federal?
O que me motiva é a vontade de retribuir ao Mato Grosso do Sul o que ele me deu. Aqui construí minha vida e minha carreira. Quero ajudar o Estado a crescer sem deixar ninguém para trás, equilibrando desenvolvimento econômico, sustentabilidade e inclusão social.
Como está a sua preparação nesse sentido?
A preparação tem sido feita com os pés no chão e o ouvido aberto. Tenho conversado com trabalhadores, sindicatos, pequenos produtores, lideranças indígenas, assentados, jovens e professores. É ouvindo as pessoas que se constrói um projeto verdadeiro.
O que MS ganha com a sua eventual candidatura e, se eleito, o que pretende fazer?
Mato Grosso do Sul ganha uma voz comprometida com o equilíbrio entre desenvolvimento e justiça social. Quero ser um candidato que conduzirá os debates em torno de metodologias para construções de pontes, entre o campo e a cidade, entre o saber técnico e o saber popular. Se porventura eleito, pretendo lutar pela valorização profissional, direitos dos trabalhadores, da agricultura familiar, pela ampliação de investimentos em educação e ciência, e pela busca permanente de recursos federais que melhorem a infraestrutura e a qualidade de vida da população.
Quais são os pontos principais que você defende?
São quatro eixos centrais: 1. Desenvolvimento sustentável e inovação, com foco em infraestrutura, energia limpa e economia circular. 2. Educação pública e valorização da ciência, como pilares para o futuro do Estado. 3. Fortalecimento da agricultura familiar e dos pequenos produtores, garantindo crédito, assistência técnica e mercado justo. 4. Valorização dos trabalhadores e dos sindicatos. Acredito em uma política feita com propósito, que olha para as pessoas e não apenas para os cargos. Meu compromisso é com o Mato Grosso do Sul, com quem trabalha, com quem produz e com quem acredita que o futuro se constrói com ética, solidariedade e coragem.
Bom, Sandro, e se o deputado Vander Loubet resolver disputar a reeleição para deputado federal? Qual será o seu caminho?
Olha, eu acompanho o deputado Vander há 23 anos. Ele é uma referência pra mim, um exemplo de seriedade, de coerência e de dedicação ao Mato Grosso do Sul. Tenho por ele uma admiração muito grande, tanto pelo que conquistou na política quanto pela forma humana como sempre tratou as pessoas. Se o deputado Vander decidir ser candidato a senador, eu estarei com ele na linha de frente, como sempre estive, ajudando, lutando, acreditando. Se ele optar por disputar mais um mandato de deputado federal, eu estarei ao lado dele da mesma forma e, claro, não serei candidato. Estarei trabalhando pela vitória dele, porque acredito no seu projeto e na continuidade do que ele representa. Eu sou, acima de tudo, um operário dentro do Partido dos Trabalhadores. Cumpro missões. E as missões que me forem dadas pelo partido e pelo deputado Vander, eu cumprirei com lealdade, com humildade e com o mesmo empenho de sempre. Agora, é lógico que, depois de tanto tempo me preparando, estudando, dialogando, organizando esse projeto, essa caminhada deixa um aprendizado enorme. E esse preparo não se perde. Se não for em 2026, pode ser em 2028. Quem sabe? Talvez como candidato a vereador em Campo Grande, talvez em outra missão. O futuro pertence a Deus, ao presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores. O que me cabe é estar pronto, e eu estou.


