A consolidação da Rota Bioceânica como um novo corredor de integração regional e logística internacional foi tema da palestra ministrada nesta segunda-feira (12) pelo assessor especial de Logística da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Lúcio Lagemann, durante a 59ª Expoagro, em Dourados.
Dirigida a produtores rurais, empresários e lideranças políticas, a apresentação abordou os avanços físicos e institucionais da Rota, considerada estratégica para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul. Um dos destaques foi a construção da Ponte Internacional sobre o Rio Paraguai, que liga Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai — obra que já alcança 70% de execução.
O empreendimento, financiado pela Itaipu Binacional, é considerado peça-chave na concretização da rota.
Além da ponte, Lagemann detalhou os investimentos em infraestrutura viária, especialmente nos trechos de pavimentação da Transchaco e da Bioceânica, no Paraguai, e nas adequações logísticas do lado brasileiro, como a MS-276 e a BR-267. Outro ponto enfatizado foi a articulação dos marcos aduaneiros e fitossanitários, com tratativas em andamento entre os quatro países envolvidos — Brasil, Paraguai, Argentina e Chile — para viabilizar a integração plena.
“Estamos falando de um projeto estruturante, que exige cooperação multinacional, planejamento estratégico e grandes investimentos. Mato Grosso do Sul está no centro dessa transformação, e o Governo do Estado tem atuado fortemente na articulação e execução das ações necessárias”, destacou Lagemann.
A Rota Bioceânica começa em Mato Grosso do Sul, no município de Porto Murtinho, e segue até os portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, cruzando Paraguai e Argentina. A nova conexão viária representa uma redução de até 8 mil km no trajeto logístico de exportações e importações com países da Ásia, em comparação com os portos do Sudeste brasileiro.
Com isso, a expectativa é de ganhos significativos em competitividade para os produtos sul-mato-grossenses, além da diversificação dos destinos comerciais e fortalecimento do turismo regional.
“Esse é um sonho de mais de 50 anos que estamos concretizando. A construção da ponte e os acordos firmados com os demais países mostram que estamos avançando. O grande beneficiário dessa integração será o Mato Grosso do Sul, que tem potencial para se tornar o principal hub logístico do Brasil e da América do Sul”, afirmou o assessor.
Lagemann também ressaltou os ativos estratégicos do Estado. “Temos um dos maiores aquíferos do mundo, temos terras produtivas, mão de obra qualificada e uma localização geográfica privilegiada. A Rota Bioceânica é a chave para transformar essas vantagens em desenvolvimento sustentável e geração de riquezas”, finalizou.
