Política – 26/08/2009
Os deputados estaduais Ary Rigo e Onevam de Matos embarcaram para Brasília na manhã de hoje com uma missão específica: tentar convencer a cúpula do partido que o melhor caminho é marchar ao lado do governador André Puccinelli (PMDB) na eleição do ano que vem. Haveria uma proposta interessante. A conversa foi marcada para as 14h (15h de Brasília) com o secretário nacional do PDT, Manoel Dias.
Dias confirmou a agenda ao Midiamax e disse que o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (presidente licenciado do partido), não deve participar. No gabinete de Lupi a informação é de que não havia nenhuma agenda com os parlamentares de Mato Grosso do Sul.
Rigo deve fazer uma explanação da situação que vive o partido no Estado. Todas as notícias a respeito do PDT sul-mato-grossense têm chegado à cúpula partidária através do deputado federal Dagoberto Nogueira, que hoje vive conflito declarado contra a bancada na Assembleia, porque quer uma coligação com o PT e os deputados tendem mais a André.
A cisão se aprofundou durante as convenções, em que Rigo e Dagoberto disputaram espaços onde houve renovação de diretórios. A convenção de Campo Grande chegou a ser suspensa, mas aconteceu assim mesmo, na varanda da sede do partido. Agora precisa ser validada pelo diretório regional e não está descartada a interferência da executiva nacional para devolver a paz ao partido.
Manoel Dias disse não saber o que Rigo quer conversar com ele. Mas antecipou que considera cedo para o partido “tomar definições” e acredita que é possível acalmar os ânimos dos beligerantes. Antes de falar com Rigo, ele teria um encontro com Dagoberto, cujo assunto também não antecipou. O próprio Dagoberto não revelou o encontro com Dias ao atender o Midiamax pelo telefone, no início da manhã. Dagoberto disse, apenas, que Rigo e Onevam não deveriam ser recebidos por Lupi, o que parece ter se confirmado.
A proposta
Fontes ouvidas pelo Midiamax revelaram que a ida de Rigo e Onevam a Brasília não se resume a um relato das rusgas internas. Eles levariam uma proposta fechada de aliança com o PMDB. A oferta é a mesma feita pelo PT: uma vaga na chapa ao Senado. Dagoberto quer ser candidato a senador, mas em aliança com o PT, compondo chapa com o senador Delcídio. Agora, o PMDB teria feito a mesma oferta ao PDT.
O que muda é o candidato, pois Dagoberto já antecipou que não tem interesse nenhum em subir no mesmo palanque que André. Nesse caso, Rigo já tem um nome forte para ser o candidato: o senador Valter Pereira deixaria o PMDB e ingressaria no PDT com essa finalidade. Valter confirmou que foi convidado pelo PDT e deu prazo a André até o fim do mês. Se não tiver espaço no PMDB – que tende a indicar o deputado federal Waldemir Moka – ele sai do partido. Além do PDT, Valter diz ter sido convidado pelo PSDB, PPS e PSB.
Outra possibilidade que se cogita é mais engenhosa e, além de fortalecer o palanque de André com a presença do PDT, também representaria um golpe fatal na candidatura de Zeca do PT. A estratégia seria tirar Delcídio do Amaral do PT e filiá-lo ao PDT. A mesma fonte afirma que Rigo foi a Brasília com o firme propósito de conversar com Delcídio a esse respeito, antes do encontro com Manoel Dias.
Fonte: Midiamax
