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Riedel no PP, Silas Malafaia, Lucas Foroni pré-candidato e Marçal Filho como ‘fiscal de campo’

Juca Vinhedo –

A FRASE

“Tem gente que tem tornozeleira, eu tenho meia bonita.”
Presidente Lula, essa semana, em provocação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

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No plenário paralelo

A frase de Lula sobre as meias bonitas caiu nas redes como combustível de memes. Para aliados, foi um achado de comunicação: simples, popular e certeiro, contrastando a leveza de uma meia colorida com o peso de uma tornozeleira judicial. A turma governista não perdeu tempo em compartilhar o vídeo como símbolo de que o presidente ainda sabe falar a língua do povo e das redes.

Tornozelos  & moralidade

Já entre opositores, a ironia virou munição. Deputados bolsonaristas reagiram acusando Lula de “tripudiar da Justiça” e de transformar em piada um assunto considerado grave. Logo eles, que tripudiam do STF 24 horas por dia, sete dias por semana. Reagiram, afirmando que o presidente deveria se ater às pautas econômicas e sociais. O detalhe é que a provocação atingiu em cheio justamente onde dói: o campo simbólico da moralidade política.

As ovelhas que se cuidem

Nas conversas de Silas Malafaia com o Jair Bolsonaro, resgatadas no celular do ex-presidente, o que se sobressai é a grande quantidade de palavrões, xingamentos e expressões chulas, dignas de uma mesa de bar, proferidas pelo “pastor”. Em algumas mensagens, inclusive, ele se dirige aos berros ao ex-presidente, atacando pessoas que considera inimigas de suas “causas”. Por essa razão, de agora em diante, ao referir-se a Silas Malafaia, a coluna trará a palavra pastor, entre aspas.

WhatsApp em ação

O relatório da PF mostra que Bolsonaro não resiste ao impulso digital: mesmo proibido de usar redes sociais, ele enviou mais de 300 mensagens e vídeos no dia 3 de agosto, aproveitando grupos de WhatsApp de terceiros para manter viva a narrativa das manifestações contra o ministro Alexandre de Moraes e das sanções da Lei Magnitsky.

Reforço às milícias digitais

Para a Polícia Federal, o método adotado por Bolsonaro se encaixa no padrão das chamadas milícias digitais: difusão massiva, multicanal, rápida, usando pessoas com autoridade para dar uma roupagem crível às mensagens. O alvo? O STF e seus ministros, especialmente Alexandre de Moraes.

Orquestrando os filhos

Nas mensagens captadas pela Polícia Federal no celular de Jair Bolsonaro, Silas Malafaia surge não como mero espectador, mas como maestro da comunicação: ele molda o discurso dos filhos de Bolsonaro, elogia Flávio pela postura ponderada e reprova o “discurso nacionalista” de Eduardo como “merda”. Um figurino político afinado. E com dedo de quem entende do timing midiático.

Pela proteção às crianças

Sete dos oito deputados federais por Mato Grosso do Sul foram favoráveis ao Projeto de Lei sobre a proteção de crianças em ambientes digitais, popularmente conhecido como “PL contra a adultização de crianças e adolescentes”. Foram eles: Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Pereira (PSDB), Luiz Ovando (PP), Geraldo Resende (PSDB), Rodolfo Nogueira (PL) e Vander Loubet (PT).

“O que está acontecendo?”

O deputado Marcos Pollon (PL), por sua vez, foi o único representante de MS que se se posicionou contra o projeto de lei, com argumentos puramente ideológicos, sem conseguir provar que o projeto não é benéfico à proteção das crianças e adolescentes. Resta saber se, em alguns dias, o parlamentar não vai voltar atrás e justificar com o argumento de que “não sabia o que estava acontecendo”, como fez no episódio do “motim” que ocorreu na Mesa Diretora da Câmara.

PT não desistiu

O Partido dos Trabalhadores ainda não desistiu de ver Fábio Trad como candidato ao Governo do Estado em 2026. Durante reunião que aconteceu em Brasília na quarta-feira (20), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, pediu pessoalmente que o ex-deputado não descarte de vez essa possibilidade. Trad, por sua vez, manteve a linha: prefere a disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, onde acredita que pode ser mais útil ao presidente Lula. Mas deixou a porta entreaberta, prometendo uma definição apenas entre outubro e dezembro.

Entre Lula e Tebet

Mais do que o destino eleitoral de Fábio, a reunião em Brasília deixou claro o esforço do PT em montar uma frente ampla para a reeleição de Lula. O desenho passa pela composição com Simone Tebet, ministra do Planejamento, e sinaliza que 2026 terá menos espaço para aventuras individuais e mais necessidade de alianças sólidas. Nesse xadrez, a candidatura de Trad ao Governo pode virar moeda estratégica, ainda que, por enquanto, ele insista em mirar a Câmara.

Novos horizontes

O prefeito de Rio Brilhante, Lucas Foroni (PP), confirmou sua pré-candidatura a deputado federal em 2026, sustentando que cidades como Rio Brilhante, Maracaju, Sidrolândia, Douradina e Itaporã precisam de representatividade real no Congresso Nacional, algo que, segundo ele, ainda não acontece, mesmo com a significativa contribuição econômica desses municípios para o Estado. A lógica? Um mandato em Brasília pode enviar recursos federais concretos para quem contribui, mas ainda não recebe.

Ela é a madrinha

Foroni deixa claro que essa decisão está alinhada com a orientação da senadora Tereza Cristina (PP), segundo ele, uma das maiores lideranças políticas do Estado, com abrangência estadual e nacional. Foroni afirma que o projeto está sendo construído com base na articulação da senadora, e que o momento político de renovação, impulsionado pela ascensão do PP em Mato Grosso do Sul, principalmente com a filiação do governador Eduardo Riedel, reforça essa estratégia.

Sem PT, “impacto zero”

Em entrevista ao programa “Bom dia MS”, essa semana, o governador Eduardo Riedel foi categórico: a saída dos deputados do PT (Zeca, Gleice Jane e Pedro Kemp) da base governista não trará nenhum impacto à administração. Ao afirmar que continuará trabalhando “independente”, ele pretende demonstrar uma estratégia de que quer governar centrado em “resultados”.

Secretariado mantido

A troca de Eduardo Riedel do PSDB pelo PP não deverá alterar em nada o primeiro escalão do governo do Estado. Pelo menos foi o que ele disse em entrevista, onde afirmou que, desde o início, sua prioridade foram pessoas alinhadas ao plano de governo e que não assumiu compromissos de preencher cargos com o seu novo partido.

Promessa de continuidade

Sobre a mudança de partido, Eduardo Riedel frisa a necessidade de seguir um cenário político mais enxuto e organizado e que migrar para o PP faz parte disso. Garante que, independentemente do partido em que estiver, suas diretrizes permanecerão: foco em resultado, desenvolvimento, crescimento e inclusão social.

S de “serviço” e “sextou”

O prefeito Marçal Filho estreou a sexta-feira (22) com ar de “fiscal de campo”. Foi pessoalmente acompanhar o serviço de poda de árvores na Avenida Presidente Vargas, ao lado da Praça Antonio João. Marçal anunciou que 400 árvores condenadas serão retiradas, mas prometeu a compensação ambiental: o plantio de 800 novas mudas nesta primeira etapa. A matemática é certeira: para cada crítica pela supressão, uma resposta em dobro na forma de sombra e paisagismo.

Educação no campo

O vereador Inspetor Cabral (PSD) voltou a bater na tecla da qualificação profissional para o agro em Dourados. Em reunião com o vice-governador José Carlos Barbosa, o secretário de Educação Hélio Daher, a deputada estadual Lia Nogueira e o empresário Ariclenes Vicentin, defendeu a implantação de uma Escola Agrotécnica no município. A ideia é atender desde o 6º ano até o ensino médio, preparando jovens para o setor que mais movimenta a economia regional.

Projeto estratégico

Cabral foi direto: Dourados é potência agrícola no Estado, mas carece de uma escola específica voltada para a formação técnica agropecuária. O projeto, segundo ele, não é apenas educacional; é estratégico para garantir mão de obra qualificada em áreas como agricultura, zootecnia e agroindústria.

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BASTIDORES DO PODER

O mar guarda um segredo

Em 12 de outubro de 1992, um helicóptero levantou voo de Angra dos Reis rumo a São Paulo. Dentro, seguiam Ulysses Guimarães, Dona Mora, o ex-senador Severo Gomes, Anna Maria Henriqueta e o piloto. Minutos depois, veio o silêncio denso das águas — o aparelho caiu no mar e a notícia varreu o país como ressaca fora de época. Nada de sobreviventes; apenas o susto e a sensação de que a democracia brasileira perdia, de novo, a voz que havia aprendido a ser rua e plenário ao mesmo tempo.

Das buscas emergiram fragmentos e parte da dor concreta: três corpos identificados, destroços confirmando o Esquilo que desaparecera. Mas Ulysses, não. O “Senhor Diretas” ficou sendo ausência, e, no papel, tornou-se morte presumida, quando a Justiça precisou dar forma jurídica ao que o país já sabia de coração apertado. É um daqueles capítulos em que a crônica oficial se resolve, mas a crônica íntima permanece aberta, como uma página virada pelo vento.

Talvez por isso sua imagem tenha ficado maior que a própria fotografia: presidente da Assembleia Constituinte, batizou de “Cidadã” a Constituição que nos reensinou o caminho do voto e da palavra. Ulysses atravessou a política como quem carrega um estandarte: às vezes pesado, às vezes contestado, mas sempre na direção do adiante. O mar levou o corpo; os ideais, não.

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