Escola Presidente Vargas – 23/05/2011
Ronney Campos Minella
As obras de reconstrução da Escola Presidente Vargas em Dourados vão começar ainda este ano. A afirmação é do deputado federal Geraldo Resende (PMDB), que acionou o governador André Puccinelli, depois a imprensa douradense publicou, essa semana, supostas declarações do próprio governador de que o início dos trabalhos somente aconteceria em 2012.
O suposto atraso ocorreria por causa do pedido de reformulação do projeto, feito pelo MEC ao governo do Estado, levando em conta o fato de que não há, naquele Ministério, fonte de recursos específica para reforma ou restauração de escola estadual. Por isso, será feita a demolição da velha estrutura para construção de novo prédio, em dimensão que seguirá normas do MEC, sem perda de característica arquitetônica.
Na semana passada o deputado Geraldo Resende se reuniu com o diretor do FNDE, Leopoldo Alves, para verificar as pendências, e no último dia 16, tratou do assunto com o governador André Puccinelli, técnicos da Educação e da SEOP (Secretaria de Obras Públicas e Transporte).
O governador determinou empenho de sua equipe para resolver de uma vez por todas o impasse em relação ao projeto original, elaborado pelo arquiteto Angelo Arruda, e as determinações do Ministério da Educação, anunciou Geraldo Resende, ao sair do encontro.
Parte do atraso no início das obras, que deveria ter ocorrido ainda em 2010, também foi ocasionada porque o MEC exigiu a readequação e o redimensionamento arquitetônico, em razão das normas técnicas atuais. Isso, inclusive, retardou a liberação da primeira parcela dos recursos.
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Parcerias garantem R$ 5,6 milhões para a obra
A reconstrução da Escola Presidente Vargas somente será possível por causa da parceria entre o governo do Estado, Governo Federal e Câmara dos deputados, já que as articulações junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) tiveram a participação do governador André Puccinelli, da secretária estadual de Educação Nilene Badeca e do deputado federal Geraldo Resende junto além do senador Waldemir Moka, que também apresentou emendas parlamentares para a obra.
Apesar dos atrasos, os recursos para o projeto estão assegurados. O deputado Geraldo Resende e o ex-deputado e atual senador Waldemir Moka (PMDB-MS) garantiram R$ 1,5 milhão (R$ 750 mil cada) para a primeira etapa. O dinheiro foi empenhado em 17 de dezembro do ano passado. O FNDE se comprometeu a liberar, por meio de convênio, R$ 2.273.628,68. A contrapartida do governo do Estado será de R$ 399 mil. Os recursos garantidos para a fase inicial somam R$ 4.172.628,68. Para a segunda etapa, Geraldo Resende apresentou outra emenda de R$ 1 milhão e o senador Moka emenda de R$ 500 mil, totalizando um investimento de R$ 5.672.628,68.
Celso Amaral doou a área e foi primeiro diretor
A decisão de um outro personagem que se revelou muito importante para a educação em Dourados também foi decisiva na efetivação daquele projeto. O nome: Celso Müller do Amaral. Foi ele quem doou a área para a construção do então ginásio, medindo 10 mil metros quadrados, a mesma que será utilizada para a reconstrução.
Adequada fisicamente à demanda da época, porém, o prédio teve que sofrer, ao longo dos anos, esta escola foi ampliada em todos os aspectos: estrutura física, número de alunos, número de professores e funcionários.
Por esta instituição educacional passaram muitos diretores, sendo o primeiro deles, o professor Celso Muller do Amaral (1955 a 1960). Os demais foram: Lísias Fernandes da Cruz (1961 a 1962); Celso Müller do Amaral (outra vez, de 1963 a 1965); Elda Melo Rocha (1966 a 1968); Josephine H. Cloppenburg (1969 a 1970); Blasius Rachor (1971); Leila Fioravante Rosa (1972 a 1979); Zazi Brum (1980); Felix Garcia Torrente (1981);Marlene Souza Costa (1982); Amábile Gentile Biazus (1983); José Zanquettim (1984 a 1985); Antonio Aparecido Zanfolim; Shirley Canisso Valese; arlos Muchão Castilho (1991 a 1992); Salete Cleci Gai Frantz (1993 a 1995); Ana Serenita de Lima Lange (1996 a 1998); João Carlos Lopes de Souza (diretora adjunta Sandra M. Médici Lemos 1999 a 2001 e 2002 a 2004); Nei Elias Coinethe de Oliveira (2005 a 2007 e de 2008 a 2011, tendo como diretora adjunta Marisa da Silva Simão).
Projeto arquitetônico foi apresentado em 2009
O projeto arquitetônico do novo Presidente Vargas foi elaborado pelo renomado arquiteto Ângelo Arruda, que o apresentou à comunidade escolar em 14 de dezembro de 2009.
A solenidade de apresentação do projeto, realizada na própria escola foi marcada por muita emoção, pois contou com a presença de muitos ex-alunos ex-professores, pais e diretores, além do deputado Geraldo Resende e do atual senador e na época deputado Waldemir Moka.
A proposta de Ângelo Arruda foi feita atendendo sugestões da própria comunidade estudantil. Assim, a escola terá todo seu espaço físico modernizado. A parte dos fundos será demolida totalmente, estando prevista a construção de um novo pavilhão com dois pavimentos; um anfiteatro com capacidade para 300 pessoas; recuperação do paisagismo de todo o pátio; além da implantação de laboratórios, 24 salas de aula, biblioteca, secretaria, direção e recepção.
Emoção
O encontro para apresentação do pré-projeto, naquela manhã de dezembro de 2009 contou com a presença de pessoas que passaram pelo Presidente Vargas há muitos anos, entre elas, a professora Neusa Amaral (viúva do doador da área onde a escola está construída, professor Celso Muller do Amaral, ela também ex-professora da primeira turma da escola), e o ex-professor Merlington Braff, que também foi professor da primeira turma, formada em 1961.
Um dos ex-alunos presentes foi o deputado federal Geraldo Resende, que se emocionou ao relembrar dos ex-professores, ex-alunos e funcionários, que passaram pelo Presidente Vargas. Foi aqui que adquiri ensinamentos importantes que me possibilitaram, posteriormente, cursar Medicina e entrar na vida pública. Da mesma forma, milhares de pessoas venceram na vida graças à formação que obtiveram nessa escola, ressaltou, na oportunidade.
Prédio antigo foi desativado por ameaça de desabar sobre alunos
O antigo prédio da Escola Presidente Vargas foi desativado no início do ano passado por decisão da Secretaria de Estado de Educação, que , ao fazer uma vistoria no final de 2009, verificou que algumas salas ofereciam risco à segurança e integridade dos alunos e professores. Com isso, foi alugado um prédio, situado na Rua Hayel Bom Faker, 5470, no Jardim Europa, para abrigar a comunidade escolar até que aconteça a reconstrução da unidade antiga.
Em razão dos longos anos sem qualquer reforma ou manutenção de sua estrutura física, a escola tornou-se um verdadeiro escombro, apresentando rachaduras nas paredes, infiltrações, telhas quebradas, banheiros em péssimas condições de funcionamento, bebedouros enferrujados, poucos locais adequados para receber o lixo e pisos do pátio e da quadra esportiva totalmente esburacados.
Na verdade, o prédio antigo se encontrava em um caos total; as salas de aulas estavam em péssimas condições, com carteiras antigas e ultrapassadas, trazendo riscos à saúde dos alunos, especialmente de coluna, em razão da má postura para acompanharem as aulas.
Atualmente, o prédio provisório atende 1.500 alunos (ao contrário dos quase dois mil, na estrutura antiga), mas o quadro funcional continua o mesmo, com 130 professores e 35 servidores administrativos.
Fonte: Folha de Dourados