Março, o pior mês da pandemia em Mato Grosso do Sul, com 1.012 óbitos registrados por Covid-19 em Cartórios de Registro Civil até segunda-feira (12.04), trouxe também uma triste marca que simboliza o impacto do vírus. A doença causada pelo coronavírus representou 45% do total de óbitos por causas naturais (mortes por doenças) no Estado, totalizadas em 2.252 até esta data.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do país.
O número de óbitos por Covid-19, que no auge da 1ª onda, em agosto de 2020, chegou a representar 27,1% das mortes por causas naturais no Estado, já havia dado sinais de que estava voltando a crescer em dezembro, representando 32,6% dos óbitos por doenças, oscilando levemente no mês de janeiro (31,9%). Ao atingir 45% das mortes por doenças em Mato Grosso do Sul, a Covid-19 quase dobra seu impacto em relação ao mês de agosto de 2020, auge da 1ª onda no Estado.
Já o Brasil, que teve um total de 72.148 óbitos registrados por Covid-19 em Cartórios de Registro Civil até esta segunda-feira (12.04), também foi impactado pela triste marca que simboliza o impacto do vírus na história do País. A doença causada pelo novo coronavírus representou 48% do total de óbitos por causas naturais (mortes por doenças), totalizadas em 171.211 até a data.
Mortes x Nascimentos
Outro número impactante da pandemia em Mato Grosso do Sul se refere à comparação entre o número de nascimentos e os óbitos registrados nos Cartórios de Registro Civil. A diferença entre eles, que sempre esteve em média na casa dos 2.224 – em média, nascem 2.224 crianças a mais do que a quantidade de óbitos registrados – caiu drasticamente a “apenas” 1.470 nascimentos, chegando a uma redução de 754 registros em relação à média histórica, e à metade dos cerca de 2.400 mil registrados nos meses desde o início da pandemia.
A queda abrupta acontece mesmo em meio a uma “reação” das gestações no mês de março, que registrou um total de 3.728 nascimentos, 6,6% a mais do que fevereiro.
No entanto, o vertiginoso aumento no número total de óbitos, que atingiu a marca histórica recorde de 2.258 mortes em março deste ano, impediu que Mato Grosso do Sul avançasse na equação nascimentos versus óbitos, que vem caindo desde o agravamento da pandemia em janeiro deste ano.
O número de óbitos registrados no mês de março de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como o número de nascimentos e a variação das médias e da comparação entre nascimentos e óbitos para o período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.
