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‘Princesinha do crime’ fingiu ser gerente de banco e pegou R$ 1.500 de idosa

Antes de ser presa, Rafaela Sampaio Camorim, a “Princesinha do crime”, fingiu ser gerente de banco para pegar R$ 1.500 de uma idosa de 75 anos em São Paulo, diz a polícia. A mulher é ré por estelionato neste caso, ocorrido no ano passado, mas ainda não foi julgada por ele.

Rafaela estava presa no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) do Butantã, na Zona Oeste. Ela cumpria pena de 12 anos após ter sido condenada em 2022 por outro crime, ter participado de um roubo. Ela fugiu da cadeia na última quinta-feira (18), com a ajuda de um casal, e passou a ser procurada pela polícia (saiba mais abaixo).

Em 2024, câmeras de segurança de uma agência bancária na capital paulista gravaram Rafaela oferecendo ajuda a uma cliente que estava com dificuldades para sacar dinheiro do caixa eletrônico. O g1 teve acesso a fotos do vídeo que mostram a mulher e um homem abordando a vítima, que estava sozinha (veja imagens nesta reportagem).

Polícia identificou 'Princesinha do crime' a partir de vídeo da câmera de banco em SP — Foto: Reprodução
Polícia identificou ‘Princesinha do crime’ a partir de vídeo da câmera de banco em SP — Foto: Reprodução

De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público (MP), Rafaela se passou por funcionária do banco para ganhar a confiança da idosa, orientando-a a colocar o cartão numa máquina, enquanto digitava a senha para o saque.

Em seguida, segundo a Promotoria, a mulher dizia à vítima que o caixa estava com problemas. E que não iria sair dinheiro dali. Mas enquanto isso, um dos comparsas se aproveitava da distração da idosa e, em seguida, pegava as notas.

Quando a vítima conferiu o extrato do banco, horas depois, notou que havia caído em um golpe. A família dela registrou boletim de ocorrência, e a polícia passou a investigar o caso. Após analisar as filmagens, a delegacia identificou os criminosos. O banco estornou o dinheiro levado da conta da idosa.

'Princesinha do crime' foi flagrada dando golpe em idosa — Foto: Reprodução
‘Princesinha do crime’ foi flagrada dando golpe em idosa — Foto: Reprodução

Um dos homens que estava com Rafaela negou o crime, mas foi julgado neste ano, quando acabou condenado a 3 anos, 7 meses e 6 dias de prisão em regime fechado.

Como Rafaela não foi encontrada pela Justiça para ser citada no processo, seu julgamento ainda não ocorreu. Ela também é suspeita de ter cometido o mesmo tipo de crime com outra vítima num banco de agência diferente.

Fuga da prisão

Rafaela Sampaio Camorim cumpria pena no regime semiaberto em prisão feminina no Butantã até fugir com ajuda de casal — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/ Google Street View
Rafaela Sampaio Camorim cumpria pena no regime semiaberto em prisão feminina no Butantã até fugir com ajuda de casal — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/ Google Street View

Com a fuga de Rafaela do CPP do Butantã, a principal preocupação das autoridades passou a ser a de tentar recapturar a presa. Ela estava no regime semiaberto desde 22 de agosto, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Ela contou com a ajuda de um homem e de uma mulher para escapar do Centro de Progressão Penitenciária. A dupla estava armada e fez duas policiais penais reféns. Depois de invadir a unidade prisional, retiraram Rafaela e fugiram em um carro.

O local estava com as câmeras de monitoramento de segurança desligadas porque elas ainda estavam sendo instaladas, segundo a direção do CPP informou no boletim de ocorrência do caso.

Fotos de Rafaela Sampaio Camorim mostram ficha prisional de presa que fugiu com ajuda de casal — Foto: Reprodução
Fotos de Rafaela Sampaio Camorim mostram ficha prisional de presa que fugiu com ajuda de casal — Foto: Reprodução

A Polícia Civil investiga o caso e tenta identificar quem são o homem e a mulher que ajudaram na fuga. Até a última atualização desta reportagem, Rafaela não havia sido recapturada pela Polícia Militar (PM).

Segundo policiais, ela é considerada uma das chefes de uma quadrilha especializada em furtos de carros esportivos de luxo na capital paulista e no ABC.

Inaugurado em 1990, o CPP Butantã é uma unidade prisional criada para abrigar presas no regime semiaberto. As detentas costumam trabalhar de dia e dormir à noite na cadeia.

Rafaela Camorim tem ficha criminal por furto e roubo, segundo policiais — Foto: Reprodução
Rafaela Camorim tem ficha criminal por furto e roubo, segundo policiais — Foto: Reprodução

Com 7.300 m², a unidade tem capacidade para 1.412 presas e abriga atualmente 1.073 mulheres, segundo dados da SAP.

Em razão das fugas que já ocorreram antes no Centro de Progressão Penitenciária, o local é chamado de “cadeia de papel” por agentes prisionais.

Em 2009, nove presas conseguiram fugir da então Penitenciária Feminina do Butantã. Em 2024, sete presos escaparam da ala masculina do CPP Butantã.

Presa foge do CPP do Butantã, na Zona Oeste de SP — Foto: Reprodução/TV Globo
Presa foge do CPP do Butantã, na Zona Oeste de SP — Foto: Reprodução/TV Globo

“Infelizmente essa fuga, que há muito tempo nós não víamos… mas tem um culpado. Chama-se déficit funcional. E precisamos urgentemente que esse concurso saia logo e, inclusive, aumente o número de vagas”, disse Fábio Jabá, presidente do Sifuspesp.

Procurada para comentar o assunto, a Secretaria da Administração Penitenciária informou, por meio de nota, que “instaurou procedimento para apurar o resgate de uma detenta condenada por furto” e que a pasta “colabora com as autoridades e adotará todas as medidas cabíveis.”

“A Polícia Militar realiza buscas para localizar a mulher”, informa trecho do comunicado da Secretaria da Segurança Pública (SSP). “A Polícia Civil atua para identificar os envolvidos na fuga.”

Linkedin de Rafaela Sampaio Camorim informa que ela se apresenta como recepcionista, formada em pedagogia — Foto: Reprodução
Linkedin de Rafaela Sampaio Camorim informa que ela se apresenta como recepcionista, formada em pedagogia — Foto: Reprodução

Rafaela tem 27 anos. Em seu perfil pessoal nas redes sociais, ela se apresentava como recepcionista, dizia ser formada em pedagogia, e postava fotos como tendo uma profissão regulada pela lei.

Mas, segundo policiais, tudo não passava de um disfarce para ela liderar um grupo criminoso que levava automóveis das vítimas. Ela indiciaria os modelos específicos alvos dos bandidos, que usavam aparelhos para desativar alarmes de rastreadores dos veículos.

g1 não conseguiu localizar a defesa de Rafaela para comentar o assunto.

(Informações g1)

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