Secretaria Municipal de Saúde apresenta o Libre 2 a 57 crianças e adolescentes e amplia o Programa Liberte para pacientes a partir de 2 anos, proporcionando um salto importante na qualidade de vida das pessoas que usam monitoramento de glicose
Dourados deu mais um passo na modernização do cuidado às pessoas com diabetes tipo 1. Crianças e adolescentes que antes dependiam das tradicionais picadas no dedo para medir a glicose agora utilizam sensores contínuos e a tecnologia acaba de avançar novamente. No dia 10, a partir das 13h30, na Câmara Municipal, a Secretaria Municipal de Saúde vai apresentar aos 57 usuários do Programa Liberte o novo dispositivo Libre 2, que promete maior precisão, praticidade e agilidade no monitoramento.
A farmacêutica Carolina Queiroz da Silva, coordenadora de Insumos Estratégicos e Assistência Farmacêutica do município, destaca que o encontro funcionará como treinamento de aplicação e entrega dos novos sensores. Ela considera a capacitação essencial para o uso correto e para potencializar os resultados clínicos dos pacientes. Carolina também confirmou a ampliação da faixa etária atendida: hoje o programa contempla pessoas de 4 a 15 anos, mas passará a incluir crianças a partir de 2 anos diagnosticadas com diabetes tipo 1. Dourados é, até o momento, o único município de Mato Grosso do Sul a oferecer esse tipo de tecnologia pelo SUS, que tem alto custo de investimento.
A transição para o Libre 2 representa um salto significativo em comparação ao modelo anterior. Antes, o paciente precisava aproximar o celular ou leitor do sensor para registrar a glicose, mas agora, graças ao bluetooth integrado, a transmissão acontece automaticamente, sem a necessidade de escaneamento. Isso permite leituras contínuas e instantâneas, reduzindo falhas e garantindo monitoramento constante.
O sensor FreeStyle Libre 2 Plus é aplicado na parte posterior do braço, tem duração de até 15 dias e é resistente à água. Ele coleta dados em tempo real e gera relatórios compartilhados com a equipe multiprofissional da unidade de saúde responsável pelo acompanhamento. “O paciente está sempre monitorado. Se o profissional identificar alguma alteração importante, pode acionar a família e orientar uma ida imediata ao posto”, explica Carolina.
A transição para o Libre 2 representa um salto significativo em comparação ao modelo anterior. Foto: A. Frota
Segundo a farmacêutica, a tecnologia de monitorização oferece conforto, precisão e elimina as picadas frequentes, contribuindo para um controle glicêmico mais estável. O sistema também detecta variações bruscas de glicemia e dispara alarmes quando há risco de hipo ou hiperglicemia, condição que pode provocar fraqueza, tontura, suor frio e confusão mental. Para crianças em ambiente escolar, o recurso traz ainda mais segurança, já que responsáveis e profissionais podem acompanhar as alterações à distância.
Até há pouco tempo, antes do dispositivo tecnológico, os 57 pacientes acompanhados realizavam até dez medições diárias com glicosímetro e tiras reagentes fornecidas pela Unidade Reguladora de Medicamentos (URMI). A substituição por sensores contínuos melhorou a qualidade de vida, ampliou a autonomia no dia a dia e reduziu o risco de complicações graves, como hipoglicemia severa e cetoacidose diabética.
Com a ampliação do programa para incluir crianças a partir de 2 anos, a expectativa é que o número de beneficiados cresça em Dourados, fortalecendo o cuidado especializado e garantindo mais segurança às famílias que convivem com o diabetes tipo 1.
