Desde 1968 - Ano 56

21.2 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 57

InícioNoticia"Ponta Porã já pôde muito mais", escreve o jornalista Valfrido Silva

“Ponta Porã já pôde muito mais”, escreve o jornalista Valfrido Silva

ido ######27/02/2013 15h09

Aos ponta-poranenses que não se deixaram levar pela propaganda enganosa do prefeito Flávio Kayatt na tentativa de eleger Hélio Peluffo Filho seu sucessor, o monocórdio discurso de Ludimar Novaes puxado pelo slogan Ponta Porã pode mais remetia à solução dos mais graves problemas da mais charmosa de nossas cidades fronteiriças, como, por exemplo, a caótica situação da saúde pública. Aos eleitores da imensa área de cobertura da TV Morena, dava a impressão que, de olho em 2014, o azarão Novaes estava apenas se aproveitando do espaço das inserções – tido como o filé mignon – da propaganda eleitoral, na tentativa de ocupar outros espaços, como o deixado pelo próprio Kayatt na Assembleia Legislativa ou o de Flávio Dérzi, o último representante da fronteira no Congresso Nacional.

Claro que é cedo, muito cedo, para criticar Ludimar Novaes, principalmente pelo vislumbre do tamanho do abacaxi que pegou para descascar, mas a julgar por seu deslumbre inicial as apostas no tunguete onde funcionou o comitê de campanha de Álvaro Soares apontam para a confortável posição de Flávio Kayatt num eventual retorno (ops!) tanto à Assembleia quanto à prefeitura, neste caso, já em 2016. Tanto que quem cruza com o ex-prefeito garante que ele até parece curado dos tantos males que aparentava durante a campanha, como se tivesse se livrado de um fardo, ficando a dúvida apenas quanto ao que pesava mais, se o tédio pelo fim do mandato ou a candidatura Peluffo.

O problema do agora prefeito Ludimar Novaes é fazer jus ao slogan de campanha. No mínimo, tendo competência para escolher um kit maquiagem igual, ou melhor, ao usado por Kayatt para Ponta Porã – que seja para turista ver – continuar parecendo bonita na foto. Sim, porque poder mais não significa, entre outras cositas que já começam a dar o que falar, sobrecarregar o pobre contribuinte com exorbitâncias como a recém-lançada taxa de lixo ou importar assessores, como o todo poderoso secretário de governo, Reginaldo Almeida – uma imposição do deputado Paulo Corrêa. Neste caso, aliás, é poder menos, mostrar fraqueza já de cara, sem contar as sinecuras dos agregados do senador Delcídio do Amaral e demais companheiros que ajudaram na campanha, também de várias regiões do Estado, como se Ponta Porã não oferecesse quadros qualificados para a administração municipal.

Menos mal, para Ponta Porã, é que diferentemente de outras cidades, seu prefeito, pelo menos por enquanto, terá que se virar nos trinta, já que não possui maioria na Câmara Municipal. Dos quinze vereadores apenas três são da coligação que alardeava poder mais, dividindo-se a oposição entre sete seguidores de Flávio Kayatt e cinco que se elegeram na chapa de Álvaro Soares, estes, os mais perdidos até aqui, pois que ficaram órfãos de liderança política. Assim, outro problema de Ludimar Novaes é construir uma base de apoio que garanta o mínimo de governabilidade. Pior, com um estrategista político como Reginaldo Almeida, cuja oferta para atrair vereadores de oposição é limitada a uma cota máxima de duas indicações para os quadros da prefeitura. De gari! Isto mesmo, cada vereador tem direito de nomear apenas e tão somente dois garis.

Como se vê, Ponta Porã já pôde muito mais. Senão com Flávio Kayatt, administrativamente, com outro Flávio, politicamente, o Dérzi, filho do mais ilustre dos ponta-poranenses e o que mais orgulho deu à sua terra quando, aí, sim, ela podia tudo: o senador Rachid Saldanha Dérzi.

Por: Folha de Dourados

Senador Rachid Dérzi - foto Jairo de Lima Alves

- Publicidade -

ENQUETE

MAIS LIDAS