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Personagens e suas trajetórias de vida: Antônio Cláudio – Vendedor de laranjas

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Ilson Boca Venâncio –

Outra personagem antiga desta história, é o Sr. Antônio Cláudio.

Conta que morava na cidade de Santa Délia-SP, na região de São José do Rio Preto, próximo a Catanduva.

Foi trabalhando de motorista de caminhão, vendendo laranjas, que na década de sessenta começou a vir para Dourados.

Lembra que naquela época os caminhões com as frutas ficavam estacionados na ponta da feira, lugar para fazer as vendas, próximo a Igreja Assembleia de Deus, local designado pela feira para parada e comercialização de frutas na Rua Cuiabá.

Tempos bons de muita venda, relembra que em Dourados não havia muitos depósitos de frutas e nem a concorrência de grandes supermercados, aí o abastecimento era feito no final de semana.

Nos caminhões, ele vendia laranjas, mais havia caminhões com melancias, melões, abacaxis, manga e outras frutas. Os caminhões ficavam estacionados na esquina e tanto o consumidor da feira quanto o varejista do pequeno comércio de frutas, mercadinhos, quitandas e mercearias, vinham comprar as frutas para revendê-las em seus estabelecimentos comerciais.

Aquela esquina nos finais de semana se transformava em um ponto de venda em atacado e varejo.

Depois foi mudando! Ele diz que feira é assim, por ser na rua, o feirante nunca tem razão, incomodou alguém logo vem a pressão e as coisas já mudam. 

Relembra com tristeza um tempo que ficou difícil de trazer frutas para vender, devido o imposto para transitar de um estado para o outro. Lembra que a laranja, vinha de outro estado, e tinha que pagar para atravessar o rio na divisa, aí o valor do produto ficava inviável. Assim durante um tempo teve que ficar morando no Paraná, para poder trabalhar vendendo laranjas, mais foi por pouco tempo, afirma ele, logo retornou para Dourados.

Voltando para trabalhar na feira, agora trabalhando ora vendendo uma coisa, ora outra. Quando dessa entrevista ele tinha uma banca de Curau e Pamonhas, e diz que já houve tempo que a feira era mais organizada, e mais movimentada e sempre tinha bastante serviço.

Sr. Antonio Cláudio sabe que a feira precisa do gestor, não só para cobrar a taxa, mais para contribuir com a organização, segurança, ter uma atenção comprometida e mais compartilhada do poder público, para que possa ser frequentada por pessoas de todas as idades, com respeito e segurança.

Para ele a feira não é um lugar só de compra e venda, é também um espaço de convívio popular que com o passar do tempo, vai criando raízes culturais. Diz que se hoje a feira perdeu muito do seu movimento não foi só pela concorrência, pois a população tem aumentado bastante, e a feira livre tem um bom público permanente, assim como os feirantes tem um perfiz diferenciado.

“O comércio da cidade foi mudando e ficou difícil para quem não tem terra para produzir, com o fim da venda em caminhões e sem ter um setor definido em banca só nos resta ajudar um e outro a vender seu produto! ”

Eu que sempre acompanhei as mudanças feitas na feira, sei que não foi só os caminhões, mais diversos produtos que deixaram de ser vendidos na feira, o que tirou muitos expositores e fregueses – todas essas mudanças provocaram alteração no seu perfil.

Mais eu acredito que o tempo pode nos ensinar o caminho, assim com o entendimento entre as partes interessadas poderá melhoras as atividades da nossa feira! Assim quero agradecer ao feirante António Cláudio por esse depoimento que me permitiu escrever essa matéria sobre a nossa feira livre.  

Personagens e suas trajetórias de vida: Antônio Cláudio - Vendedor de laranjas
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