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Perímetro urbano de Dourados, tema incômodo a ser debatido no novo plano diretor

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Sou da opinião que na reformulação do Plano Diretor de Dourados, é imperioso que o seu perímetro urbano seja reduzido

23/08/2020 07h34 – Por: Folha de Dourados

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Enio Ribeiro de Oliveira – professor de geografia, rede estadual de ensino do Mato Grosso do Sul, integrante do Fórum Municipal, Áreas Verdes, Qualidade de Vida, Nossas Praças, nossos Parques.

Cidadão douradense, o Plano Diretor de Dourados está sendo reformulado, sem dúvida, uma oportunidade que nós, os douradenses, precisamos aproveitar e muito bem, tendo em vista a reformulação do Plano Diretor, objetivando dar respostas a vários desafios: mobilidade urbana, habitação, questão ambiental, comunidades indígenas, perímetro urbano, o direito a cidade e por aí vai.

O Plano Diretor de uma cidade se reveste de importância muito maior do que a eleição de prefeitos e vereadores, haja vista que, estes ao serem eleitos terão que administrar a cidade observando o que estabelece o Plano Diretor da mesma.

É no Plano Diretor que o ordenamento urbano e rural do município estabelecerá como, por exemplo, devem ser dispostas as ruas, localização das praças e das áreas verdes, usos e formas de apropriação de fundos de vales e das nascentes de córregos e rios; tipos permitidos de edificações (horizontalizadas, verticalizadas, alvenaria ou de madeira), áreas residenciais ou comerciais, localização de parques industriais, perímetro urbano e outros.

Sou da opinião que na reformulação do Plano Diretor de Dourados, é imperioso que o seu perímetro urbano seja reduzido. Fácil falar, difícil fazer, haja vista que o setor imobiliário conta com muita força política e econômica e, em sendo assim, tem ditado a lógica que prevalece para o perímetro urbano de Dourados, que diga-se de passagem, se notabiliza por valorizar a especulação, inviabilizando na prática que a produção e a organização do espaço urbano e rural de Dourados se dêem subordinadas a lógica de que a cidade tem que ser pensada como um direito de todos.

Para você avaliar, melhor amigo leitor, lembro que o perímetro urbano de Dourados em 2011 era de 86 quilômetros quadrados e, em, 2015 passou para 216 quilômetros quadrados. De acordo com avaliação dos urbanistas, área na época, suficiente para acomodar toda a população da Capital do Estado.

Este crescimento tem trazido consequências extremamente danosas para a população, dos quais, citarei alguns:

a) Elevação do preço das passagens do transporte público, haja vista que, sendo obrigado a fazer um percurso maior para cobrir a malha urbana, as empresas de transporte urbano (ônibus circulares) repassam os custos no preço das passagens, ou seja, para os usuários destes coletivos;

b) a impossibilidade de a Prefeitura assegurar que serviços e obras (escolas, praças, postos de saúde, coleta de lixo, saneamento básico, asfalto, etc) sejam ofertados a 100% da população;

c) na existência de terrenos baldios, cobertos por matagais, o que se traduz em vários transtornos, dentre eles, o aspecto estético da cidade, abrigo para insetos e para marginais;

d) por obrigar as pessoas, notadamente, os trabalhadores que fazem uso do transporte público e bicicletas, e em menor medida, os proprietários de veículos motorizados, a permanecerem mais tempo no trânsito, gastando maior percentual de seus salários ou rendas para descolarem-se ao local de trabalho, escola, lazer, etc; gastando mais tempo no deslocamento, menos tempo terão para o lazer e para o descanso e ficam mais expostos a acidentes, onerando o SUS (Sistema Único de Saúde);

e) impactos ambientais, haja vista que os veículos motorizados, circulando por trajetos maiores poluem mais ao meio ambiente

Sendo assim, a população de Dourados tem que se mobilizar para aprovar um artigo determinando a redução do perímetro urbano de Dourados, se é que queremos a cidade pensada e administrada como um direito de todos os habitantes da mesma e melhor pra se viver.

Enio  Ribeiro de Oliveira

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