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Patrícia Bins morre aos 79 anos

Porto Alegre-RS – 05/01/2008

Morreu na sexta-feira, em Porto Alegre, a escritora Patrícia Bins, aos 79 anos, vítima de problemas cardíacos. Nascida no Rio de Janeiro, Patrícia era também artista plástica e poeta e vivia em Porto Alegre com a família desde a juventude.A mulher que se notabilizou como estilista do idioma português foi alfabetizada em inglês. Nascida em 24 de julho de 1928, Patrícia Doreen Bins era filha da inglesa Iris Holliday e do húngaro Andrew Stroh. A família morou por um tempo em Belo Horizonte e transferiu-se para Porto Alegre ainda na infância de Patrícia. Ela deu aulas de inglês desde os 14 anos, estudou no Instituto de Belas Artes e tornou-se pintora antes de se dedicar mais intensamente a uma carreira literária.De acordo com o artista plástico Carlos Henrique Bins, 51 anos, o mais novo de seus dois filhos, a escritora já vinha com a saúde debilitada há algum tempo, e seu coração não resistiu a uma última infecção pulmonar, responsável por uma internação recente. Patrícia era viúva do arquiteto Roberto Haraldo Bins, com quem teve, além de Carlos Henrique, o hoje engenheiro de 54 anos Roberto Bins. Tinha três netos, um quarto por nascer.Como autora, Patrícia Bins foi escritora de livros que apostam na criação de atmosferas íntimas construídas com um lirismo que aproxima sua prosa da poesia que também praticou e que considerava a maior manifestação literária. Dentre seus romances mais conhecidos, destacam-se Pele Nua do Espelho, Jogo de Fiar e Antes que o Amor Acabe, além dos chamados “cronicontos” com os quais iniciou sua carreira. Foi também autora de dois livros infantis: Diário da Árvore e Pedro e Pietrina. Participou também de diversas antologias, algumas no Exterior. Também trabalhou no jornal Correio do Povo  por quase duas décadas, onde foi responsável pela edição do suplemento cultural.Em 1998, Patrícia Bins foi a terceira mulher a ocupar o patronato da Feira do Livro de Porto Alegre, em 44 anos de história. Antes dela, Maria Dinorah e Lya Luft estiveram no posto de honra no cenário da Praça da Alfândega.O escritor e membro da Academia Brasileira de Letras Moacyr Scliar era amigo da escritora desde os anos 1970. Scliar destaca o pioneirismo de Patrícia Bins na vertente literária feminina, hoje tão em voga:- Era uma escritora de alma sensível, de uma grandeza pessoal incrível e talentosa narradora. Se tivesse que resumir numa frase: Patrícia contribuiu muito para a literatura no Estado e deixará saudade.Durante muito tempo, Patrícia morou na chácara da família, no bairro Ipanema, em Porto Alegre. A casa traduzia um pouco da dona, com árvores, animais, flores e espaço. Antigüidades, velhas fotografias, pinturas e desenhos faziam companhia à escritora, que, sempre em sua poltrona preferida, costumava redigir seus poemas e histórias de próprio punho:- Escrevendo à mão, as palavras têm mais vida – dizia.A cremação do corpo foi realizada às 11h deste sábado no Crematório Metropolitano, em Porto Alegre.

Fonte: Folha de Dourados

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