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Para se livrar de morte por acidente de trabalho, empresa teria inventado suicídio

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Família da vítima não acredita na história e entra com ação na Justiça contra Biosev, empresa que pertence ao Grupo Raízen, uma das líderes do setor sucroenergético, no País

A família do operador de máquinas Djalma Florêncio da Silva, que morreu atropelado por um trator de colheita mecanizada, em setembro de 2020, em Rio Brilhante, entrou na Justiça contra a Biosev empresa do grupo Raízen, multinacional que atua no setor sucroenergético, depois que a empresa, segundo a família, criou uma suposta narrativa inverídica de que o trabalhador teria cometido suicídio.

De acordo com os advogados, “a história criada pela empresa foi contra a fé e a essência da vítima, que era cristão e participava ativamente da Igreja Católica, em especial do movimento ‘Terço dos Homens’”. Ele também estava bem de saúde e emocionalmente, e por esses motivos a família nunca acreditou na versão fantasiosa contada pela empresa, na tentativa de se livrar das responsabilidades pela morte de Djalma, por acidente de trabalho.

Os familiares do trabalhador, que são representados pelo escritório Medeiros & Medeiros Advogados Associados SS, entraram com ação de indenização para desfazer a suposta mentira criada pela empresa e condenar os responsáveis pelo acidente de trabalho que tirou a vida de Djalma.

A versão dada pela empresa, segundo os advogados, caiu por terra já na primeira audiência do processo por estar “cheia de mentiras e contradições, dentre estas a de que o trator em que o Sr. Djalma operava no dia do acidente estava em ótimo estado de conservação.”

Como ninguém presenciou o acidente e a morte do trabalhador, a Biosev teria aproveitado a ausência de testemunhas para criar a narrativa de que o trator estava em perfeito estado e por isso só o que poderia ter acontecido era Djalma ter tirado a própria vida, reduzindo a marcha do trator e se colocando na frente da roda para ser atropelado. Dessa forma emitiram um laudo interno apontando como causa da morte, o suicídio.

Na avaliação dos advogados, o laudo feito pela empresa e a ausência de testemunhas induziram ao erro as autoridades que apuravam o caso. A polícia e o Ministério Público do Trabalho arquivaram os procedimentos de apuração do acidente, baseando-se na versão dada pela Biosev, de que o trator estava em perfeito estado e Djalma havia cometido suicídio.

Segundo a defesa da família “é mentira que o trator pilotado por Djalma estava em ótimo estado de conservação”. Na realidade, estava em más condições de utilização, com defeito sistêmico, e era operado sem cessar durante os três turnos de trabalho, na empresa. Os autores da ação não têm dúvidas que o defeito do trator foi que causou o acidente, que matou Djalma e que é mentira a alegação de que a vítima teria cometido suicídio.

Com o início do processo judicial de número 0024156-13.2022.5.24.0091, a verdade começou a aparecer, e um documento juntado pela própria empresa no processo serviu para provar, conforme os advogados, “toda a mentira que inventou desde o início para tentar se eximir de responsabilidade pelo acidente, a de que o trator estava em perfeito estado e em razão disso Djalma teria atentado contra a própria vida”.

Para se livrar de morte por acidente de trabalho, empresa teria inventado suicídio
Ficha de Avaliação revela que o trator estava em mau estado de conservação e apresentava problemas no sistema hidráulico

A suposta mentira foi revelada porque documento juntado no processo, pela própria empresa, desmente a versão dada por ela e faz prova contra si mesma, mostrando que a Biosev estaria tentando se eximir da responsabilidade pelo acidente de trabalho que matou Djalma.

A Ficha de Avaliação de Trator, juntada na folha n. 637 do processo tem data de 2 de outubro de 2020, ou seja, foi feita doze dias depois do acidente fatal. Mesmo feito depois, o documento comprova que o trator que matou o trabalhador estava em mau estado de conservação e apresentava defeitos hidráulico, com vazamentos no comando hidráulico e no filtro de transmissão.

Diante da prova documental inquestionável produzida pela própria empresa, que vai contra os argumentos “mentirosos”, os familiares da vítima não têm dúvidas que foi o problema no trator que causou o acidente e a morte de Djalma e que a versão contada pela empresa de que o trabalhador teria tirado a própria vida, é totalmente falsa.

Djalma que se mudaria para a casa própria na semana seguinte ao acidente, deixou esposa viúva e um filho órfão ao perder a vida durante o acidente de trabalho.

Para se livrar de morte por acidente de trabalho, empresa teria inventado suicídio
Como o trabalhador estava bem emocionalmente e era cristão, familiares desconfiaram da versão criada pela empresa de que Djalma teria cometido suicídio.
 
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