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O que importa o outro lado?

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Elairton Gehlen – escritor 

Hoje, mais uma vez o telefone chamou e eu atendi. Não era ninguém do outro lado do mundo, nem deste lado e nem de lado nenhum. Não era se quer uma voz! Era só o telefone tocando e depois o silêncio que vem de uma ligação suspeita. Por que ligam, se não for para falar? O que há nessa insistente ligação silenciosa que vez em quando volta a chamar no meu telefone? 

O celular que recebe essa esquisita ligação que não diz nada ao meu alô é um aparelho tão popular como as fakenews, o estelionato eletrônico e as promessas de campanha eleitoral, tudo andando meio junto e misturado que é para as pessoas pensar que isso já faz parte normalidade da vida. Não sou o único a receber ligações desse tipo, também sei de muitos que tem o prazer em repassar notícias falsas como se fossem verdadeiras só pelo prazer de afirmar como verdadeira uma mentira que gostaria que tal fosse. 

O silêncio que vem com a ligação telefônica traz uma mensagem e tu podes fazer o que quiseres com ela. Eu costumava esbravejar e quando o fiz em alta voz, outra voz, audível e presencial, em silêncio até que silenciei, quebrou o silêncio e falou mansamente, tão mansamente, que me fez ficar com vergonha. Tu acabaste de receber uma das melhores mensagens e estais a esbravejar?  

Do outro lado da ‘linha’ não tinha ninguém! Mas, que importa o ‘outro’ lado? Com essa resposta perguntada eu fiquei sem palavras, ou seja, em silêncio. Silenciosamente a voz que me falava também se calou e eu, desta vez, não esbravejei. Percebi que a sabedoria me dava um recado silencioso: O que importa o outro lado? 

Aprendi! E quando se aprende dá uma vontade de ensinar! O silêncio da ligação que se cala fala tão alto quanto as notícias mentirosas que vem de uma ligação no whattsapp ou no fazebook, ou em outras mídias sociais. A ideia parece ser a mesma: provocar indignação! Não vez? Essa voz mansa parece que só sabe perguntar quando estou mesmo é precisando de uma resposta, mas a pergunta é uma resposta tão esclarecedora que fico sem argumentos.  

Não posso dizer que desse diálogo de duas perguntas se possa produzir um longo texto, mas o que aprendi sobre o silêncio que vem do telefone, das notícias falsas ou das promessas mentirosas das campanhas eleitorais isso, mesmo não dando um texto agradável, servem de lição para meu dia-a-dia: o que importa o outro lado? 

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