Psicóloga alerta para ‘pais’ de bebês reborns fazerem de ‘processos humanos profundos’ em algo rápido e performático, como o ‘parto’ dos bonecos
Os bebês reborns conquistam cada vez mais famosos e já foram adotados por Jojo Todynho, Xuxa e Luciana Gimenez. A apresentadora da RedeTV!, aliás, essa semana, exibiu um “parto” da boneca em seu programa na RedeTV!. Com isso, passou-se a discutir a forma como a web aborda temas como luto, saúde mental e maternidade. Para a psicóloga Laís Mutuberria, esses objetos não podem ser classificados como terapêuticos.
“Nessas situações, a boneca não é o fim em si, mas um recurso simbólico dentro de um processo terapêutico seguro, baseado em vínculo e escuta. A potência está no processo construído entre terapeuta e paciente”, explica a especialista em Neurociência do Comportamento. A profissional alerta que caso não exista a ajuda de um especialista, essa experiência pode se transformar em fetichização ou até mesmo exploração comercial da dor.
Parto romantizado de bebês rebons é reprovado por especialista: ‘Esvazia a potência’
Por isso, deve haver cautela em relação à forma como tais experiências com a boneca ganham as redes sociais. “O que vemos é uma tendência crescente de transformar processos humanos profundos, como o luto, o amor ou o nascimento, em conteúdos rápidos, higienizados e performáticos”, aponta a psicóloga formada pela UFU e com especialidade em Análise Transacional e Neurociência do Comportamento. (terra)