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Nossa Feira Livre, personagens e suas trajetórias de vida: Batata e a garapa

Batata e Dona Nina - Fotos: acervo particular

Por Ilson Boca Venancio

Esse é um personagem folclórico da Nossa Feira Livre. Seu nome é Antonio Carlos Benites, proprietário  da  Garapa do Batata

Seu ponto na Feira Livre é um dos mais freqüentados, denominado de “Garapa do Batata”,  no seu cardápio tem dois atrativos o caldo de cana e os famosos pasteis da dona Nina – a sua mãe.

Nossa Feira Livre, personagens e suas trajetórias de vida: Batata e a garapa

Se você perguntar na feira pelo nome, serão poucas as pessoas que saberão responder, mais se referir a “Batata” garapeiro da Feira Livre, e dona “Nina” sua mãe, aí sim certamente te indicarão.

Lá saberão que se trata de um ponto de parada obrigatória na feira livre, para quem aprecia o tradicional caldo de cana, e aqueles deliciosos salgados feitos pelas mãos habilidosas de dona Nina.

O meu conhecimento com dona Nina vem do tempo da minha adolescência. Amiga de minha mãe, elas tinham algumas coisas em comum.

Uma delas era a cidade onde nasceram Concepcion, no Paraguai, de onde ambas vieram pela trajetória de nossas famílias. De descendência europeia, era comum em tempos de guerra traçarem esse caminho.

As famílias vinham da Europa para o Paraguai e depois, quando possível, vinham para o Brasil. 

Outra característica comum entre elas eram as boas mãos para a cozinha, em destaque os salgados. Se conheceram vendendo salgados na Escola Presidente Vargas, ainda em um período que não havia cantina na escola. Ambas se encontravam ali para vender os salgados do lanche no recreio e desenvolveram uma grande amizade.

Quando minha mãe foi autorizada a instalar uma pequena cantina na escola para vender os lanches, também vendia as deliciosas chipas de dona Nina.

Batata, por sua vez, sempre acompanhou a mãe, e durante um bom tempo também tocaram a cantina da UFMS, núcleo de Dourados, CEUD-Centro Universitário de Dourados, uma extensão da UFMS-Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, muito ante de termos a nossa UFGD.

Ali também a dupla de mãe e filho, Batata e Dona Nina, fizeram muita amizade, sempre gentis, educados e atenciosos, logo fizeram boa amizade com todos os alunos e professores naquela universidade.

Foi assim, nesta busca pela sobrevivência, que   Batata se tornou garapeiro ambulante, e vindo trabalhar na nossa feira livre, com seu bom conhecimento e camaradagem seu ponto de trabalho se tornou popular.

E para garantir o sucesso do seu negócio, não poderia faltar a presença de Dona Nina com seus deliciosos salgados em pasteis e risoles para acompanhar aquele caldo de cana.

Corintiano de coração, mais esportista democrático, Batata convive alegremente com torcedores de todas as cores.   

Eu que não sou de ir a feira sem passar na Garapa do Batata para tomar aquele caldo de cana gelado, puro, com limão ou abacaxi e comer o pastel de Dona Nina, só tenho que agradecer ao meu amigo por esse dedo de prosa que resultou em mais uma história da Nossa Feira Livre da rua Cuiabá.

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