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Nilson dos Santos: ‘Precisamos de cautela e continuidade de certos cuidados’ na pandemia

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José Henrique Marques

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED), Nilson Aparecido dos Santos está aliviado com o arrefecimento da pandemia da covid-19 e com a recuperação da saúde financeira das empresas. Mas, advoga “cautela”, já que pode haver “rebates” da doença.

Nesta entrevista à Folha de Dourados, Nilson dos Santos que, a exemplo da maioria, pensava que a pandemia seria apenas uma “marola” que “não traria tantas consequências desastrosas para o convívio generalizado, inclusive danos no comércio, dando baixas em empresas e desemprego”.

Criticou a “queda de braço” entre os governantes acerca do tratamento precoce, saiu pela tangente quanto ao lockdown e ao comprovante de vacina, mas disse que o Comitê Municipal de Combate ao Covid-19 teve “resultado aceitável”.

Leia a seguir, a entrevista na íntegra:

Folha de Dourados – A pandemia originária na China e que teve a Europa como o primeiro epicentro mundial pegou a ACED e o comércio de Dourados de surpresa quando chegou aqui?

Nilson Santos – Sim, todos fomos surpreendidos pela pandemia que alastrou o mundo. No começo, todos pensavam que seria apenas uma “marola” e que não traria tantas consequências desastrosas para o convívio generalizado, inclusive danos no comércio, dando baixas em empresas e desemprego. Nossa cidade e nosso Estado também sofreram bastante com esta adversidade, mas entendemos que Deus é generoso para conosco por sermos uma região ampla e bastante guarnecida pela natureza.

Na opinião do senhor, a sociedade negligenciou o perigo?

Um fator que corroborou com este desastre foi o desconhecimento desta praga, além do jogo de queda de braço entre os governantes, tendo uns favoráveis ao tratamento precoce e outros contrários. A demora do descobrimento do antídoto e a dúvida da reserva de qual marca fosse mais eficaz, contribuiu para a disseminação deste mal. Graças a Deus, a comunidade científica conseguiu encontrar meios para combater o mal, mas, ainda nos alertando de que ainda não está totalmente erradicado, podendo haver rebates, motivo pelo qual precisamos de cautela e continuidade de certos cuidados.

Desde o início da pandemia a ACED foi contra o lockdown. O senhor tem convicção de que foi um posicionamento acertado? Por que?

A ACED recebia de seus associados pedidos para não ser implantado o lockdown, temendo a quebra de empresas e desemprego, com esperança de encontrarmos uma situação de meio termo, com algumas alternativas para manter o comércio aberto e precaver-se do mal. Nesse interim, formou-se uma parceria com o Sistema “S” tendo o Sebrae e Fiems contribuído decididamente em distribuição de equipamentos, logística e habilitação de empresas com consultorias e palestras nas empresas.

A rigor, qual foi e é a posição oficial da diretoria da entidade, já que a pandemia ainda não terminou?

A Diretoria da ACED decidiu contribuir com o Comitê de Combate à Pandemia, na esperança de encontrar uma maneira conciliatória, na implantação de encurtamento de jornada de trabalho e home-office.

Como avalia as decisões tomadas pelo Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus em Dourados.

A ACED teve papel preponderante através de representante dentro do Comitê Municipal de Combate ao Covid-19, portanto, entende que o resultado foi aceitável.

A ACED é a favor ou contra o comprovante de vacinação para que o cidadão adentre locais públicos de grande aglomeração, como eventos, salas de aula etc.?

A ACED é favorável ao livre arbítrio do indivíduo, desde que os direitos coletivos prevaleçam.

Os negócios à distância vieram para ficar?

O e-commerce já era uma tendência prevista.

Qual foi o impacto da pandemia na economia de Dourados? O senhor tem dados estatísticos?

Ainda não se tem um resultado estatístico, mas acreditamos que a balança não tenha muito pendida por um lado, pois houveram segmentos que melhoraram seu rendimento, inclusive com desabastecimento.

Quando a economia de Dourados se recuperará plenamente?

O empresário é competente, criativo e corajoso e com certeza, em breve já estará estabilizado.

Quais foram os setores da economia douradense mais impactados pelas medidas de contenção ao vírus?

Com certeza os setores de eventos, hotelaria e ensino, pela imposição das restrições inerentes ao rigor das medidas impostas para contenção da epidemia.

Quanto às mudanças gerenciais, estruturais, de relacionamento humano enfim, o que a pandemia provocou e o que permanecerá no presente e no futuro? Qual é o legado para o ambiente de negócios?

Ficou evidente que o relacionamento humano dentro da sociedade trouxe uma mudança comportamental, originando respeito às regras e comprometimento.

Qual a expectativa da ACED para as vendas de final do ano?

A ACED aguarda com expectativa um bom desempenho do comércio neste final de ano, quando dizemos que este período é a “safra” dos investimentos. Existirá muito “dinheiro novo” circulando com as oportunidades de renegociação de dívidas, implemento do governo e bancos ofertando oportunidades. A ACED através do Sebrae, coloca-se à disposição para consultorias às empresas interessadas em expandir seus negócios. O pagamento do 13º Salário das empresas terá um forte impacto no volume de vendas, além dos compromissos assumidos pelos governos, que já estão sendo anunciados como certos de que serão honrados.

Qual a lição que a pandemia deixou para o cidadão Nilson Aparecido dos Santos?

Particularmente, entendo que está pandemia nos fez refletir sobre o apocalipse, num regime de purgatório, mas, sempre fomos crentes de que a fé não nos abandonaria. A Deus pedimos saúde e resiliência, nos confortando com as adversidades e gratidão pelas bênçãos recebidas.

(Matéria publicada originalmente na edição especial impressa da Folha de Dourados)

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