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Munaretto diz que Câmara não será subserviente à Prefeitura e que apoia CPI da Saúde

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José Henrique Marques

Depois de um hiato de 13 anos, o empresário no ramo de eventos Laudir Munaretto está de volta à vida pública para, segundo ele, retomar projetos interrompidos quando não conseguiu se reeleger vereador em 2008.

Agora, dono de novo mandato pelo MDB e na presidência da Câmara Municipal de Dourados pelos próximos dois anos, Munaretto disse em entrevista exclusiva à Folha de Dourados que pretende lutar pelo asfaltamento das ruas do conjunto habitacional dos funcionários do ramo hoteleiro de Dourados e para salvar a Usina Velha, ícone da história douradense que se encontra em ruína, abandonada pelo Poder Público.

Laudir Antônio Munaretto tem 55 anos, é natural de Concordia-SC e reside em Dourados há 40 anos. É casado com Marilene dos Santos Munaretto, tem 03 filhos, Weliton, Willy e Wellida que lhe deram 03 netos: Joao Gabriel, 9 anos, Luiz Otavio, 1,3 ano, e Ana Cecilia, de 3 meses.

É um exemplo clássico de sulista bem-sucedido que veio ao Mato Grosso do Sul ainda jovem fazer a vida. De 1981 a 1992 trabalhou como garçom em Dourados, quando decidiu fundar o Buffet Laudir, hoje um dos mais conceituados e requisitados do Estado.  O empreendimento construído com apoio da esposa e filhos tem estrutura para atender eventos dentro e fora de MS e até mesmo no Paraguai, como já aconteceu muitas vezes.

Na entrevista, Munaretto disse que não é oposição a Alan Guedes (PP), mas garantiu que a Câmara não será subserviente à Prefeitura. “Já disse isso ao prefeito”.

Munaretto lamenta a cidade “estar um caos” e afirmou que apoia a criação de uma CPI para investigar a dívida de R$ 70 milhões da Fundação de Saúde.

Quanto a devolução de duodécimo à Prefeitura, o presidente da Câmara diz não concordar “simplesmente para pagar folha (de pagamento), isso é falta de gestão. Vamos sugerir que o prefeito use a sobra do duodécimo para saúde pública por exemplo, ou outros assuntos de interesse público”.

Leia a seguir a entrevista na íntegra.

Folha de DouradosO senhor já havia sido vereador de 2005 a 2008. Nesse hiato de 13 anos dedicou-se à vida empresarial. Agora, mais experiente, qual seu olhar para a política? Quais erros não cometerá nesse novo mandato? 

Laudir Munaretto – Sou uma pessoa que se preocupa muito em não errar, mas sou humano. Acredito que com mais experiência deixarei de tomar decisões de imediato pensando sempre mais com a cabeça e menos com o coração.

A propósito, por que decidiu voltar à vida pública?

Quando você perde a eleição, como perdi em 2008, tudo fica muito difícil e os projetos inacabados te deixam maluco. Eu fiz muito, mesmo sendo vereador tivemos a oportunidade de construir aos funcionários do ramo hoteleiro de Dourados 73 unidades residenciais, e este projeto ficou inacabado pois la ainda não foi feito o asfalto; a Usina Velha que nós tínhamos na época viabilizado junto ao governo do estado R$ 600.000 e continua como estava; a ressocialização dos jovens da UNEI; as escolinhas de futebol que mantínhamos à época; os Clubes de Mães estão todos parados e a cidade que amo está um caos. Então, acreditei que era o momento de contribuir novamente.

Quais são suas principais propostas para melhorar a vida dos douradenses nesses tempos de crise política, pandemia e com a cidade descuidada?

Precisamos buscar alternativas para aumentar a oferta de empregos com novos postos de trabalho é uma delas, temos a possibilidade de trazer para a nossa cidade empresas de grande porte gerando assim renda extra ao município e aos seus habitantes. Temos que incentivar o prefeito a fazer parcerias público privada para melhorar a aparência dos nossos parques e nossos canteiros. Melhorar a nossa arrecadação e muitas outras alternativas que buscaremos passar ao Prefeito.

O senhor se elegeu numa coligação (Barbosinha) que perdeu a Prefeitura para Alan Guedes (PP). É oposição a ele?

Não… sou a favor de Dourados. Enquanto o prefeito tiver o comprometimento com a cidade e seus habitantes estarei ao seu Lado.

O prefeito terá maioria na Câmara?

Os vereadores querem ajudar o município. Eu acredito que no momento sim.

Com exceção de raríssimos momentos o Legislativo de Dourados tem sido subserviente ao Executivo. O que o senhor pensa sobre a relação entre esses dois poderes?

Preguei desde o primeiro dia quando resolvi ser candidato a Presidente do Legislativo a independência dos poderes e já disse isso ao prefeito. Acredito que estamos para fiscalizar e sugerir ideias e não me privarei disto de forma nenhuma.

Com base em levantamentos foi concluído o planejamento estratégico da Câmara para os próximos dois anos. Quais os ajustes necessários e a linha mestra de sua gestão à frente da presidência?

Temos muito trabalho, mas o mais importante na minha gestão será fazer uma aproximação melhor entre a casa do povo e os habitantes da cidade de Dourados. A lisura e a honestidade de meus atos serão também a mola mestra. Temos também a digitalização dos nossos documentos e espero até o final do nosso mandato zero papel, a rádio câmara a tv câmara e muitas outras ações que trarão transparência e informação ao público.

A Prefeitura já ensaia protocolar na Secretaria da Câmara projetos polêmicos como a reforma administrativa e aumento dos salários do secretariado. Acredita que serão aprovados?

Acredito que tudo o que trouxer benefícios para o município será aprovado.

O senhor concorda com a posição de alguns vereadores de se criar uma CPI para investigar a Fundação de Saúde?

Sim, concordo.

A Câmara Municipal é uma casa de 19 “inquilinos” com direitos iguais e onde o eleitor é o locador. Como pretende interagir com os demais vereadores nesses dois anos como presidente?

Da melhor forma possível. Estou no timão e conduzirei a barca com muito respeito aos pensamentos e suas ideologias, dando a cada um a devida atenção.

Àquilo que começou nos anos 1980, com Albino Mendes na presidência, tornou-se corriqueiro nos últimos tempos – a Câmara devolver sobras do duodécimo à Prefeitura. O prefeito Alan Guedes, por exemplo, usou R$ 7 milhões que ele mesmo devolveu para pagar a folha de pagamento de dezembro da Prefeitura. O que pensa disso?

Temos problemas estruturais no nosso prédio, muito graves, e não quero ser o presidente que deixou o prédio cair e não tomou providências. Por isso usaremos o duodécimo na Câmara dando condições de trabalho aos vereadores, e dentro do que sobrar vamos devolver, mas usando critérios diferentes dos que foram usados até hoje. Não concordo que o duodécimo seja devolvido simplesmente para pagar folha, isso é falta de gestão. Vamos sugerir que o prefeito use a sobra do duodécimo para saúde pública por exemplo, ou outros assuntos de interesse público.

É público que o prédio da Câmara está malconservado com instalações elétricas temerárias, inundações do piso superior e infiltrações. Há riscos para funcionários, vereadores e o público? Quais providências que o já senhor tomou?

Estamos vendo a melhor forma de resolver estes problemas e tenho certeza que com trabalho honesto e muita gestão faremos acontecer.

O senhor pretende retomar o projeto de ex-presidentes de construir uma nova sede para o Legislativo?

Seria um sonho se não tivéssemos em meio a uma pandemia e com a cidade com tantos problemas.

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