O câncer de mama é uma real preocupação de saúde pública entre as mulheres. No entanto, há chances de reverter a doença com atividade física regular. Estudos mostram que os exercícios ajudam na qualidade de vida das mulheres, assim como na prevenção e no tratamento – para pacientes já diagnosticadas com a doença.
A prática regular de atividade física tem sido associada a uma redução do risco de desenvolvimento de câncer de mama. De acordo com pesquisas, mulheres que são fisicamente ativas têm até 13% menos chance de desenvolver a doença em comparação com aquelas que são sedentárias. Além disso, em mulheres já diagnosticadas com câncer de mama, a atividade física pode reduzir a mortalidade específica pela doença em até 31%.
Mas como o exercício físico exerce esses efeitos protetores? A resposta está relacionada a uma série de mecanismos que incluem a modulação do sistema imunológico, a regulação hormonal e a manutenção do peso corporal ideal, fatores conhecidos por influenciar o risco de câncer de mama.
Benefícios imunológicos
Um dos principais benefícios da atividade física é sua capacidade de fortalecer o sistema imunológico. O exercício regular aumenta a circulação de células imunes no corpo, como as células T e as células NK (natural killer), que desempenham um papel essencial na identificação e destruição de células tumorais.
Em estudos recentes, foi observado que o exercício físico pode mobilizar células imunes que têm potencial antitumoral, enquanto reduz a presença de células imunossupressoras que favorecem o crescimento tumoral. Esse efeito está associado a um melhor prognóstico e maior sobrevida das pacientes.
Regulação hormonal e controle do peso
A atividade física também ajuda a regular os níveis hormonais no corpo. Estrogênios e progesterona, hormônios sexuais que, quando desequilibrados, estão relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama, podem ser modulados por meio do exercício regular. Mulheres fisicamente ativas tendem a ter níveis mais baixos de estrogênio circulante e equilíbrio entre estrogênio e progesterona, itens que reduzem o risco de câncer de mama.
Além disso, o controle do peso corporal é outro fator muito importante. O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco significativos para o câncer de mama, especialmente após a menopausa. A atividade física ajuda a manter um peso saudável, diminuindo a quantidade de gordura inflamatória no corpo, que é uma fonte importante de conversão / aumento do estrogênio em mulheres pós-menopausa.
Redução dos efeitos adversos do tratamento
Para as pacientes já diagnosticadas com câncer de mama, a atividade física oferece benefícios adicionais, como a redução dos efeitos colaterais dos tratamentos. A quimioterapia e a radioterapia, tratamentos comuns para o câncer de mama, causam fadiga intensa, perda de massa muscular e piora da qualidade de vida. O exercício, mesmo que em intensidade leve ou moderada, tem mostrado ser uma das intervenções mais eficazes para combater a fadiga relacionada ao tratamento.
Além disso, o exercício regular melhora a função cardiovascular e a força muscular, fatores essenciais para a recuperação durante e após o tratamento oncológico. Programas de reabilitação baseados em exercícios também têm sido associados a uma menor taxa de recorrência do câncer e uma melhora geral no bem-estar das pacientes.
Condutas práticas para o dia a dia
Para incorporar os benefícios da atividade física na prevenção e controle do câncer de mama, é importante adotar algumas práticas:
Estabeleça uma rotina de exercícios. Dedique pelo menos 150 minutos por semana a atividades aeróbicas leves ou moderadas, como caminhadas rápidas, ciclismo ou natação. Adicionalmente, inclua exercícios de fortalecimento muscular de duas a três vezes por semana.
Escolha atividades prazerosas. A chave para manter uma rotina de exercícios é encontrar atividades que você goste. Isso torna a prática mais agradável e facilita a adesão ao longo prazo. Antes de mais nada, o importante é se movimentar, independente de qual será a sua escolha inicial.
Incorpore o movimento no cotidiano. Aproveite oportunidades para ser ativo no dia a dia, como subir escadas em vez de usar o elevador, caminhar para pequenas tarefas ou participar de atividades ao ar livre com amigos e familiares.
Ouça o seu corpo. Para pacientes em tratamento, é importante adaptar a intensidade dos exercícios de acordo com o seu nível de energia e evitar atividades que possam causar desconforto ou lesões. Nesses casos, o ideal é ter um profissional da área para auxiliar nas melhores escolhas para esse momento específico.
Procure orientação profissional. Se possível, trabalhe com um profissional de educação física ou fisioterapeuta especializado em oncologia para desenvolver um programa de exercícios adequado às suas necessidades. Mais uma vez, principalmente para quem se encontra em meio ao processo de tratamento da doença.
Combine exercícios com uma alimentação saudável. A prática de atividade física deve ser combinada com uma dieta equilibrada, rica em comida de verdade e com o mínimo possível de alimentos industrializados / refinados como farinhas brancas e açúcar.
Ao integrar o exercício regular na sua rotina, as mulheres podem reduzir o risco de desenvolver a doença, como também melhorar sua resposta ao tratamento e melhorar sua qualidade de vida. Movimento é vida e cada passo dado é uma direção ativa para uma vida mais saudável.
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A sua primeira riqueza é a sua saúde!
Até a próxima.
Dr. Takassi
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(Istoé)