Amanda Almeida e Carlos Ribeiro estiveram no quadro ‘Minha Mulher que Manda’ do SBT. Crime ocorreu após ela sair com namorado da adolescência. Corpo ainda é procurado.
A mulher morta e jogada pelo ex-marido no Rio Tietê, na Grande São Paulo, já participou de um programa de casais na TV antes da separação. Amanda Almeida tinha 31 anos.
Dayane Andrade, amiga dela, falou à equipe de reportagem que a vítima participou com o ex-marido do quadro ‘Minha Mulher que Manda’, do programa Domingo Legal, do SBT. O quadro é uma competição de culinária entre casais que cozinham juntos.
Amanda e Carlos participaram da edição de 17 de novembro de 2024, no programa apresentado por Celso Portiolli. Dayane diz que a amiga “era linda, maravilhosa, brincalhona, amava festas”.
Amanda desapareceu na segunda-feira (19), quando voltou para casa, em Osasco. Carlos Ribeiro foi preso na quarta-feira (21) após confessar o crime, segundo a Polícia Civil. Os dois estavam separados há cerca de dois meses. Ambos tiveram três filhos juntos. As crianças não estavam na residência dela.
De acordo com a investigação, Carlos contou que esganou a ex e depois chamou o irmão, Fernando Ribeiro, para ajudá-lo a ocultar o corpo. Câmera de segurança gravou o momento em que dois homens saem da residência da vítima carregando o que parece ser uma pessoa dentro de um lençol (veja vídeo acima). Para a polícia, quem aparece nas imagens são Carlos e Fernando.
Em seguida, segundo os policiais, os irmãos colocam o corpo de Amanda no porta-malas do carro de Carlos. O veículo estava estacionado em frente à casa da vítima.
Fernando foi preso na quinta-feira (22). A Justiça decretou as prisões preventivas (sem prazo para sair) dos dois. Eles foram indiciados por feminicídio e ocultação de cadáver.
A defesa dos irmãos disse que aguarda a finalização das investigações. “Destaca-se que a família dos investigados expressa solidariedade a todos os envolvidos e tem colaborado integralmente com os órgãos responsáveis, fornecendo todas as informações requisitadas até o presente momento”, informaram os advogados, em nota.
Bombeiros fazem buscas
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/e/4/qOd6wZRGC2Aif0wtAR7Q/buscas-amanda-2.jpeg)
Neste domingo (25), bombeiros continuam as buscas na Barragem Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba, na região metropolitana. Eles suspeitam que o corpo pode ter sido levado para lá após ser jogado pelos irmãos da Ponte Piracema no Rio Tietê, na divisa entre os municípios de Barueri e Carapicuíba.
Amanda era promotora de eventos e trabalhava como bartender no Lollapalooza e Carnatal. O perfil dela no Instagram tem mais de 3.000 seguidores.
De acordo com depoimentos de testemunhas na delegacia que investiga o caso, ela decidiu se separar após sofrer uma série de agressões de Carlos. Apesar disso, a mulher nunca registrou um boletim de ocorrência contra o ex. O motivo seria preservar os filhos de 16, 14 e 7 anos que tiveram durante o casamento.
O advogado Gelson Oliveira, que defende os interesses da família de Amanda, afirmou que pretende entrar com um pedido na Justiça para que a mãe dela tenha a guarda definitiva dos três netos. “Isso ainda está sendo avaliado.”
Testemunhas relatam agressões
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/D/L/L5YAtyS2ia2ucSoIE4gA/1747912861116010.jpg)
O g1 teve acesso à confissão de Carlos feita no 4º Distrito Policial (DP) de Osasco na presença de sua advogada. Apesar de o ex-marido não ter dito exatamente qual foi o motivo do crime, policiais disseram à reportagem que a principal hipótese para o feminicídio é vingança por causa de ciúmes.
Segundo a investigação, Carlos matou Amanda momentos depois de ela ter se encontrado com um namorado de adolescência. O homem foi ouvido pela polícia e confirmou o encontro. Disse que se viram por acaso num bar e dormiram juntos. Falou ainda que Amanda lhe contou que Carlos a agrediu uma vez e “quase a matou”.
Segundo o relato do namorado de adolescência, quando foi deixar Amanda em casa, de carro, ela o alertou que o ex estava com um veículo estacionado em frente. O homem então parou numa esquina, e imagem de câmera de segurança mostra quando a promotora de eventos chega em casa. Em seguida, mostra um homem entrando —para a polícia, é Carlos.
Testemunhas contaram na delegacia que, mesmo após a separação, Carlos continuava a procurar Amanda, insistindo para reatarem. Os filhos passavam um tempo com o pai e outro com a mãe, e o ex-casal teria a chave da casa um do outro.
Uma prima da vítima falou ainda que Amanda contou que, em abril, Carlos deu um soco no seu rosto e apertou seu pescoço quando ela recusou pedido para reatarem o casamento.
(Informações G1)