Um terreiro de umbanda localizado no bairro Nova Miranda, no município de Miranda, foi invadido e vandalizado na noite de sexta-feira (15). A ação violenta gerou revolta entre praticantes da religião e foi denunciada por meio de uma nota de repúdio publicada pelo Instituto Cultural Olé Ogum.
Segundo o relato, uma mulher invadiu o espaço religioso gritando insultos, quebrou imagens de santos e objetos sagrados com um banco de madeira, agrediu uma jovem que estava no local e ainda ofendeu verbalmente a mãe de santo, responsável pelo terreiro. Em um ato de extrema intolerância, a agressora ainda teria urinado sobre uma imagem de Exu Porteira, posicionada na entrada do templo.
A mãe de santo, de apenas 21 anos, abriu o terreiro há cerca de três meses, com o objetivo de atender à comunidade local e manter vivas as tradições da umbanda. O espaço vinha funcionando regularmente até o episódio de violência.
Conforme a nota, a Polícia Militar foi acionada na noite do ocorrido, mas não teria comparecido ao local. Diante disso, a líder religiosa optou por registrar um boletim de ocorrência online.
O Instituto Cultural Olé Ogum destaca que o episódio configura um claro caso de intolerância religiosa e reforça que as religiões de matriz africana fazem parte da identidade cultural brasileira, sendo protegidas por lei. “Religião não se combate com ódio, mas se respeita com consciência. Liberdade religiosa é um direito de todos”, afirma a publicação.
O caso deverá ser investigado pelas autoridades competentes. A comunidade religiosa local pede que o episódio não fique impune e que medidas sejam tomadas para coibir novas ações de preconceito e violência. (J.B)
