Redação, com informações do Midiamax –
Um estudante de Medicina de 34 anos, cuja ficha criminal acumula 21 passagens pela polícia e inclui condenação por tentativa de homicídio contra um policial civil, é o principal suspeito de agredir, estuprar e manter a ex-namorada, de 31 anos, em cárcere privado em Campo Grande, no bairro Vilas Boas. O crime hediondo ocorreu nesta segunda-feira (27), e o agressor segue foragido.
Conforme apurado, o universitário possui um extenso histórico criminal, com registros que vão desde violência doméstica, ameaça, injúria, lesão corporal dolosa e grave, até tentativa de homicídio, uso de documento falso e falsificação de documento público.
Condenação por atropelamento de policial em 2011
Ainda em 2014, o estudante foi condenado a três anos de prisão por tentativa de homicídio contra um policial civil. O crime remonta a 27 de março de 2011, quando o agressor atropelou o agente com uma caminhonete Dodge Ram na Avenida Costa e Silva, após se envolver em uma confusão na saída de uma festa universitária. Ele desobedeceu à ordem de parada do policial e tentou atropelá-lo.
A condenação na época também incluiu crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como afastar-se do local do acidente para fugir à responsabilidade e dirigir sem a devida habilitação, gerando perigo de dano.
O terror na residência: agressão e estupro
Na última segunda-feira (27), a vítima aceitou um convite para ir à residência do estudante, mas o encontro se transformou em uma noite de terror. A mulher relatou os momentos de violência:
“Fui asfixiada com um cinto, além de diversos socos no rosto e na cabeça. Me violentou enquanto eu ainda estava sangrando”, desabafou a vítima.
Ela só conseguiu se libertar na tarde de terça-feira (28), usando uma estratégia desesperada: disse ao agressor que o amava, que “mereceu” a violência e que voltaria para ele após o atendimento médico.
A tática funcionou, e o agressor a levou à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Tiradentes. Devido à gravidade dos ferimentos, a vítima foi transferida para a Santa Casa. Uma tomografia confirmou uma fratura na parede medial e posterior da órbita direita, resultando em hematomas extremos.
Relacionamento com dupla face: “Gentil” que se tornou agressor
A vítima conta que o relacionamento começou em 2024. O agressor inicialmente se apresentava como “gentil, disposto e atencioso”, mas a máscara caiu em dezembro do mesmo ano.
“Acreditei que havia encontrado alguém em quem poderia confiar. Ele parecia ser uma boa pessoa…”, conta a vítima.
A realidade logo veio à tona com “explosões, controle, ameaças, ciúmes e um comportamento cada vez mais agressivo”. O medo levou a mulher a solicitar medidas protetivas, mas isso apenas intensificou a perseguição, com o homem a vigiando, invadindo contas pessoais e fazendo ligações ofensivas durante as madrugadas.
Foragido com acesso a armas, vítima clama por Justiça
Enquanto se recupera dos traumas físicos e emocionais, a vítima clama por justiça. O agressor permanece foragido e, segundo a mulher, possui fácil acesso a armas de fogo.
“O agressor segue foragido, enquanto tento reconstruir minha vida com a ajuda de amigos. Eu não tenho privilégios nem recursos como ele. Tenho apenas a verdade e a coragem de falar por mim e por tantas outras mulheres que sofrem em silêncio”, destacou.
Em um ato de coragem, a mulher decidiu tornar sua história pública para encorajar outras vítimas de violência doméstica. “Decidi contar a minha história porque sei como é difícil quebrar o silêncio e se expor a julgamentos. Mas eu, como mulher, preciso usar minha voz, para que um homem como esse não faça isso com outras mulheres”, finalizou.
