A morte de Raquel Perciliano, de 59 anos, encontrada em uma vala na zona rural de Terenos, ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira (29). A Polícia Civil apura a possibilidade de que a vítima tenha sido jogada ainda com vida no local, após manter relação sexual com o condutor do carro onde estava.
O principal suspeito, que estava com Raquel no momento do ocorrido, relatou à polícia que ambos faziam sexo às margens da rodovia MS-355 quando ela começou a passar mal, apresentando dificuldades para respirar. Segundo seu depoimento, ele teria se dirigido a um hospital, mas, ao perceber que ela havia morrido no trajeto, ficou nervoso e abandonou o corpo em uma área de vegetação, próximo a um córrego.
Contudo, a versão apresentada à Polícia Civil é colocada em dúvida após análise preliminar feita pelos peritos. A vítima apresentava lesões no rosto, compatíveis com ferimentos causados ainda em vida. A suspeita é de que Raquel possa ter sido deixada na vala quando ainda estava viva.
De acordo com o delegado Gabriel Desterro, responsável pelo caso, a polícia ainda busca esclarecer se houve negligência, omissão de socorro ou mesmo homicídio. “As marcas no rosto da vítima sugerem que ela sofreu algum tipo de agressão enquanto ainda tinha sinais vitais. A investigação está em andamento para esclarecer a dinâmica real do que ocorreu naquela noite”, afirmou o delegado.
O caso foi descoberto no último domingo (27), após a Polícia Civil de Terenos ser acionada por moradores da zona rural que encontraram o corpo de Raquel. Somente no dia seguinte, o homem que estava com a vítima se apresentou indiretamente, por meio de um advogado, relatando sua versão dos fatos.
Segundo ele, após abandonar o corpo, teria circulado por cerca de duas horas com Raquel já morta no veículo, sem saber como proceder. Após prestar depoimento, o suspeito foi liberado, mas segue sob investigação.
A Polícia Civil aguarda os laudos periciais e de necropsia para confirmar a causa da morte e seguir com as diligências. O caso segue em investigação como morte a esclarecer, com possibilidade de reclassificação para homicídio.
(J.B)