Uma mulher de 37 anos morreu na noite da última segunda-feira (13), após permanecer seis dias internada em estado grave, vítima de intoxicação causada pela ingestão de uma planta tóxica, confundida com couve, durante um almoço em família. O caso aconteceu em Patrocínio, no Alto Paranaíba, região de Minas Gerais.
A vítima era natural de Patos de Minas e teria consumido, sem saber, uma planta conhecida como fumo-bravo (nome científico Nicotiana glauca), que foi colhida junto com folhas de couve para o preparo de um prato servido em uma confraternização realizada na zona rural do município, na última quarta-feira (8).
Além da mulher, outros três familiares também passaram mal após a refeição. Dois homens, de 60 e 64 anos, continuam internados na Santa Casa de Patrocínio. Segundo boletim médico, o paciente de 60 anos está sedado, entubado e sob ventilação mecânica, porém com função renal preservada. Já o homem de 64 anos apresenta estado de saúde estável, respira sem ajuda de aparelhos, mas permanece desorientado.
O Corpo de Bombeiros foi acionado logo após os primeiros sintomas dos familiares, como vômito e mal-estar intenso, e confirmou que todos haviam consumido a planta tóxica. Ainda no local, as equipes de socorro realizaram procedimentos de reanimação e intubação nas vítimas, que apresentaram paradas cardíacas.
A Secretaria Municipal de Saúde de Patrocínio, por meio da responsável pela Vigilância Sanitária, Luciana Rocha, informou que uma equipe foi até a chácara onde o incidente aconteceu. De acordo com a análise inicial, a planta tóxica teria sido colhida acidentalmente junto à couve tradicional, sendo utilizada no preparo de um refogado servido no almoço.
O que é falsa couve?
A Nicotiana glauca, popularmente chamada de “couve brava” ou “fumo-bravo”, é muito semelhante à couve comum, o que pode causar confusão durante a colheita. No entanto, ela contém anabasina, uma substância altamente tóxica, considerada até cinco vezes mais potente que a nicotina, que pode provocar sintomas neurológicos graves, como paralisia dos membros, parada respiratória e até a morte.
A planta já esteve envolvida em outros casos fatais em Minas Gerais. Em 2018, um idoso morreu em Divinópolis após ingerir a falsa couve.
(Informações RIC)