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Missão Caiuá: ‘Não interessa quantos convênios, e sim saber para onde foi o dinheiro’, diz Zeca

O deputado estadual eleito quer investigar em CPI atendimento precário à saúde indígena, existência de funcionários fantasmas e financiamento de pastores para fundar igrejas nas aldeias entre outras denúncias

José Henrique Marques

“Não quero saber se são 8, 9 convênios. O que interessa saber nesse momento é para onde foi o quase R$ 1 bilhão que a Missão Evangélica Caiuás recebeu de Bolsonaro nos últimos quatro anos”. Essa foi a reação do ex-governador e deputado estadual eleito, Zeca do PT, ao ler entrevista à imprensa de Dourados do reverendo Geraldo Silveira Filho, da IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil) sediada em Belo Horizonte-MG, e presidente da Missão Evangélica Caiuá, cujo escritório central funciona em Dourados.

A gestão dos convênios e dos vultuosos recursos que a Missão Caiuás recebe do governo federal, desde 2010, para aporte no atendimento da saúde indígena de aldeias de Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Roraima e gestão do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), está mais uma vez sendo questionada com à tona da crise humanitária na Terra Yanomami, em Roraima, onde 570 crianças com menos de 5 anos de idade morreram por causas evitáveis, segundo dados do Ministério da Saúde.

Zeca do PT assume mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul no dia 1º de fevereiro. Mas, na semana passada, já adiantou que pretende colher assinaturas de outros deputados estaduais e instalar uma CPI para apurar a gestão e as denúncias que “surgem a todo momento” sobre o descaso como é tratada a saúde indígena em Mato Grosso do Sul e no País.  

Nos últimos quatros anos, no período bolsonarista à frente do governo federal, a Missão Caiuás recebeu cerca de R$ 872 milhões. “Esse dinheiro está servindo para quê”, questiona Zeca.

“Por onde ando aqui no Estado, nas aldeias guarani e terena, vejo e ouço reclamações de falta de medicamentos, médicos, assistência, posto de saúde abandonado, enfim falta absolutamente tudo”, denuncia Zeca, lamentando “agora essa vergonha internacional que é o abandono do povo Yanomami na região amazônica”.

À Folha de Dourados, o ex-governador disse ainda que “o que eu sei é que tem um monte de fantasmas lá no Paraná, que tem um monte de gente ganhando fortuna, inclusive, os tais pastores que vão para dentro das aldeias fundar igrejas e fazer evangelização, o que é proibido. É exatamente isso que quero investigar”.

No bojo da CPI, Zeca do PT também investigará o destino de recursos públicos para reformar postos de saúde no Estado, como em Miranda, na Aldeia Passarinho. Lá, há denuncia que a obra foi “executada” por mais de R$ 600 mil, mas “sequer pintaram uma parede”.

Missão Caiuá: ‘Não interessa quantos convênios, e sim saber para onde foi o dinheiro’, diz Zeca
Missão Caiuá: ‘Não interessa quantos convênios, e sim saber para onde foi o dinheiro’, diz Zeca
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