Redação –
Um mau cheiro forte e persistente, que costuma surgir no final da tarde, voltou a incomodar moradores de Dourados nos últimos meses. O fenômeno, que ocorre de forma sazonal há mais de uma década, segue sem explicação definitiva, apesar das inúmeras denúncias, investigações e vistorias realizadas ao longo dos anos.
O odor atinge praticamente todos os bairros da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul e tem gerado uma onda de queixas nas redes sociais, onde moradores relatam o incômodo e cobram providências das autoridades.
Nova apuração em andamento
A reportagem procurou o Ministério Público Estadual (MPE-MS), por meio da Promotoria do Meio Ambiente de Dourados, que confirmou estar conduzindo uma nova investigação. Desta vez, a apuração tem como foco uma empresa instalada no Distrito Industrial do município. No entanto, essa mesma empresa já foi alvo de outras diligências anteriormente — todas sem sucesso em confirmar qualquer irregularidade.
Histórico de tentativas frustradas
Em 2017, após quase um ano de investigações, o Ministério Público arquivou um inquérito que buscava identificar a origem dos “gases fétidos e forte odor que atinge a cidade de Dourados”, conforme consta em documentos oficiais. A apuração foi coordenada pelo promotor Amilcar Araújo Carneiro Junior, o mesmo que conduz a atual investigação.
Na época, o trabalho foi realizado em parceria com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), que fiscalizou empresas do Distrito Industrial e da zona rural. As vistorias não identificaram fontes irregulares de emissão de odores, e todas as empresas estavam com licenças ambientais em dia.
Em parecer técnico, o Imasul concluiu que “era impossível, sem as ferramentas adequadas, detectar a causa/origem e identificar os responsáveis pela emissão dos gases e odores fétidos que acometem o município de Dourados”.
População segue sem respostas
Quase uma década após aquela apuração, o problema continua. O mau cheiro, que surge principalmente no final da tarde e desaparece logo depois, segue sendo um mistério para autoridades ambientais e um incômodo constante para a população douradense.
Enquanto não se descobre a origem do problema, a cidade convive com o desconforto e a sensação de impotência diante de um fenômeno invisível, mas perceptível todos os dias — pelo olfato.